sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sobre o ônibus

Ok. A inda e vinda do alojamento para o cursinho e vice-versa é feita por um ônibus de turismo, ônibus de viagem normal. Quase confortável, mas o importante é que é dessa hora do dia, além da hora de telefone, que eu mais gosto no dia. Se de dia fecho os olhos, se de noite olho as estrelas. Presto atenção na música e respiro fundo.
Eu respiro bem fundo, acredito que vai ser a ultima vez que respirarei assim. Começo a me sentir verde, além de gordo e barbudo, enfim, acabado. Minha cabeça vai explodir de tanto pensar, parece um balão inflando com tanta pressão, tanto pensamento. Penso e sinto saudade.
Saudade da vida "a macacada unida pulando de galho em galho, se divertindo por toda a árvore", aqui as coisas são "cada macaco no seu galho e uma banana para todos". Conviver com muitas pessoas que não são íntimas pode ser bastante complicado. Eu vivia num núcleo onde conviver era ser amigo, amigo irmão, estar sempre perto, sempre ligado, sempre intrometido. De repente tudo muda, o certo é ser impessoal, pensar sozinho, rir em grupo pra não perder o hábito.
Saudade da vida de "adolescentes debaixo dos lençois", poderia dizer que amo o sentimento do toque suave dos teus dedos em mim, mas na verdade o que sinto é saudade, muita saudade. Poderia dizer gosto que sentir o desejo tomando conta de mim, mas a verdade é que desejo não significa nada mais além de casa pra mim. Até o meu gato me faria completo, saudade de ele pedir carinho enquanto eu queria dormir.
Assim como a rotina, palavras são repetitivas por aqui. Minha rotina é acordar, comer, aula, comer, estudar, dormir. As palavras são vestibular, medo, humor, música, estudar, vestibular, comer, saudade, vestibular, estudar, saudade, estudar, vestibular, saudade. Uma vida bastante monótona e complicada. Ah, esqueci do telefone, faz parte boa da rotina, hora sagrada que me leva pra casa.
 
 
Ouço: The Spill Canvas - Dutch Courage
 
Eu sempre tive mudanças repentinas de humor, aqui é mais freqüente do que nunca.