sábado, 26 de abril de 2008

Sobre "Nada não"

Ok. Minha fase infanto-juvenil modernista tem voltado a ativa.

"Uso a mão
pra falar deste ladrão.
Tanta paixão,
tanta emoção.

Uso o carvão
pra falar do alçapão
onde quero largar esse maldito coração
que rouba a minha vida e me deixa sem ação.

Ah, essa rimação.
Não! Não, não não.
Não trabalhamos com rimação.
Escrevo assim, sem rima e sem organização.

Poesia de qualquer jeito,
poeta de qualquer coisa.
Falo de nada,
bastante nada.

Ah, um nadão!

... Hm, nada não..."

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Sobre esse mal

Ok. Daonde vem esse mal? Parece que o mundo vai acabar!
O que você vê? Aliás, quem está fazendo isso? Quem está nos matando?
Lazarento aquele que ri muito. Andando por aí como se não soubessemos de nada.
Toda essa escuridão traz algum benefício para a Terra? Isso ajuda a grama crescer, meu querido raio de Sol?
Existe essa escuridão em você também?

Você sobreviveu a esta noite?

Ouço: Genesis - Horizon's

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Sobre o português

Ok. Aqui é mais ou menos assim:

- Me dá uma bolacha?
- Biscoito.
- Bolacha... Dá porra?
- Biscoito.
- Na embalagem tá escrito o quê?
- Biscoito rechado.
- Viu?
- Viu o quê?
- Eu tô certo, agora dá uma.
- Tá certo daonde monstro? Tá escrito biscoito!
- Bolacha... Na minha terra chamamos biscoito de bolacha, menino de piá, estojo de penal, salsicha de vina. Então eu, curitibano nato, falo do jeito que eu quiser... Biranuá!
- Bira o quê? O que que é isso?
- Nada, falei só pra te deixar confuso.
- Qualira...
- Ah, vá tomá no seu cu...
- Qualira no Maranhão é viado...
- Ah, vá tomá no seu cu...
- Hihihiiiiiii!
- Dá bolacha, caralho... Obrigado - Sorriso.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Sobre esse ato, um fato

Ok. Lapiseira na mão, gira pra lá, e volta pra cá. Ela cai e a ponta vai parar no papel. Seguro com gentileza pra ponta não quebrar e ela dança sobre o caderno. Eu leio, às vezes gosto, às vezes desgosto, rabisco, apago, rasgo, só sei que é um ato gostoso.
Fato, escrever é bom, sem a obrigação, mas com a vontade, e sem um assunto, apenas a dança do carvão sobre o papel. Aliada ao estilo musical correto sai melhor ainda. Não melhor de se ler, mas de se ver.
A música vai deixando a lentidão e a escrita passa a ser mais forte, mais caótica. Do jeito que gosto da vida: caótica.
Caótica e sem sentido, apenas uma dança, uma bela dança. Solitátia, mas ainda bela.
Creio que se dois grafites dançassem juntos o papel não ficaria tão feliz e legível.
Acaba a música e o texto. Opine sobre ele leitor: ficou um lixo. Você diz isso, mas eu digo: o grafite dançou lindamente ao som da Tristeza.

Ouço: Tristeza - Wand

sábado, 19 de abril de 2008

Sobre uma narração

Ok. É assim:

Conheceram-se num parque, aonde uma chama de paixão surgiu subitamente. Do parque aos lençois. Do sexo ao amor. Aquela chama de paixão virou puro amor, depois um pouco de tédio. Puro tédio e o amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferente dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas, ele resmunga pelo olhar dela, supostamente desviado para um sujeito da mesa ao lado. Assim arrastavam-se os dias, sempre a mesma rotina.
Demorou uns quatro meses para ele deixar o romantismo de lado, pra quê romantismo? Daí deixaram o parque. Ela já não dava tanta bola para o sexo também. Sem escolhas iam bebericar e fumar na esquina de casa, sem falar nada, apenas comendo fumaça e ficando mais e mais embriagados. Era comum ele surtar por um ciúmes repentino, gritavam e em minutos calavam-se.
Naquele domingo ela queria o amor de outrora. Ele continuou sendo o ranzinza de sempre, dormiu a tarde toda, acordou apenas para assistir o jogo. Ela saiu em busca do amor que não recebera em casa, não o amor em si, mas foi atrás de qualquer coisa que ao menos a fizesse sorrir. O tédio dele virou ódio, onde estava a bendita? E o bar já estava chamando. Ela chegou sorridente cheia de sacolas e o celular tocou, mensagem da amiga agradecendo o dia.
Sentaram no café e depois de sete cervejas e de muito silêncio: de quem era a mensagem? Era da Clara, a única amiga que ela tinha, pois o casamento destruiu todos os outros laços. Obviamente o ciúmes não acreditou. "Quem mandou a porra da mensagem, vagabunda?" O bar ficou em silêncio. Ela não disse nada até pensar em uma boa resposta. "Hoje queria o teu amor, saí fazer compras, pois amor não tiro da tua maldita carcaça."
Hora de ele ficar quieto, só observando ela tirar a alinça e levantar-se. Ela deu tchau para os garçons conhecidos e sumiu. Sumiu para sempre. Ele não saiu do café, não esperando ela voltar, mas apenas comendo a densa fumaça do cigarro.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sobre a zona de rebaixamento

Ok. Dizem as más linguas que você deve apenas torcer apaixonadamente pra um time. Eu nunca fui de torcer, o unico time que representa o que sou é o time dos olhares e dos sorrisos. Já começo mal, dois times em vez de um.
Enfim, sempre uni o olhar a um sorriso, sempre deu certo. Pra que mudar?
Aqui o jogo é o mesmo, mas parece que os olhares e os sorrisos não surtem o mesmo efeito que outrora faziam. O problema é a simpatia, aqui existe muita simpatia, lá em Curitiba simpatia significa disponibilidade. Eis o time inimigo, o time da simpatia, maldito time da simpatia. A simpatia me seduz, mostrando que meus olhares e meus sorrisos são de algum valor. A simpatia me joga no chão, sobe sobre mim e me dá um beijo no rosto, como se fosse normalíssima a situação.
Leitor leitor, meus times estão decadentes.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Sobre biologia

Ok. O que sei de biologia? Sabia o que era um complexo de Golgi, aquele que se chama "... Galgiano", ou coisa do gênero, sei que não sei mais do que se trata. Esses ultimos dias tenho ouvido sobre ribossomos, cromossomos, duetos de "serve pra isso", "serve pra aquilo" que me deixa um pouco confuso, um pouco perdido.
Admito que fico mais perdido que antes, tudo soa bonito, mais bonito do que eu esperava, mas no fundo no fundo é decoreba. Biologia é e sempre será decoreba. Gosto das exatas, pois são exatas. E mais, são inexatas, são enigmáticas, daí caio na biologia, inexata.
Moral da história: estou caindo num poço sem fundo, um poço de energia, quem sabe. Tantas opções e a escolha pedindo pra eu tomar alguma atitude: De que gosto? Exatas ou inexatas? Tenho gostado na inexatidão, tenho me sentido bem, na realidade mais do que isso, me sinto o máximo! Paparicado pra lá e pra cá, mas sei que a escolha tem de ser feita, ou uma ou outra. Pra passar o tempo, fico sorrindo, rindo, me aproveitando de todas as situações, e o tempo passa, e eu perco tempo, e eu não saio do lugar. Perco tempo.

Nota: Mentiram pra mim quando disseram que as exatas eram exatas, era costumado em tomar decisões rápidas, exatas, hoje não sei de que lado fico.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Sobre as decepções

Ok. Tempos que não escrevo aqui. Uma onda de felicidade me tomou e achei que escreveria exageros. Daí outra onda me tomou, três dias de desânimo e tristeza, também achei que escreveria exageros.
Os três ultimos dias foram estranhos, vontade de chorar sem motivos e fixar o olhar num certo ponto. Não chorei, mas meu olhar ficou fixo, minha cabeça vazia e o tempo passou. Cansei disso e resolvi enchê-la novamente, pra quando eu olhar para um ponto fixo poder pelo menos fazer o que sei fazer melhor: pensar.
Estou enchendo a pouco tempo e já tenho a decepção. Não a decepção de encher a cabeça, leitor, um pouco da decepção, não de decepção.
As melhores decepções são as mais crueis. Uma boa decepção gera arrependimento instantâneo, ódio, raiva, tristeza. Decepção boa é aquela que dói. E sim, é boa, digo, ótima! Decepções normais geram "merda!" e chingamentos do gênero, mas não geram lição alguma. A decepção bem decepcionada ensina alguma coisa, por mais fútil que seja essa coisa.
Deu na telha escrever sobre isso, pois notei que as últimas decepções foram ótimas decepções e delas sobrou as lições e um sorriso no rosto.

Um beijo pra escolha, que quer que eu escreva sobre ela, mas as palavras sempre saem mal escolhidas.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Sobre 1º de abril

Ok. Dois terços da população adora o dia da mentira, dia de mentir à vontade sem culpa ou remorso. Um terço odeia o tal dia. Faço parte desses seletos 33,333% da população. Posso mentir hoje, assim como posso mentir amanhã, então por que diabos pregar peças nos outros só por ser 1º de abril? Posso muito bem ligar pra casa e dizer "Mãe, engravidei uma menina" ou ligar prum amigo e dizer "Cara, virei gay" e complementar com um "Brincadeiriiiinhaaa" ou um "Tôôôô zuaaaaaando!". Nem por isso vai ser 1º de abril.
Nunca na minha vida gostei do maldito, não porque não gosto de mentiras, acho que é por nunca gostar de cair em brincadeiras que me deixem sem jeito. Cada um com os seus problemas, deixa eu!
Acordei com um "Hoje é 1º de abril! Vou mentir o dia todo!", olhei pra data e pro Woss (autor da frase) com uma cara de desprezo. "Brincadeiriiinha!" (aliás, brincadeirinha pegou por aqui). Acontece que o dia passou, rapidinho, dois ou três toques. Nada de mentiras, olhares, notas boas, ônibus em alta velocidade, adrenalina, euforia, vontade de escrever e por aí vai. Que lindo dia, dia lindo.
Até o dinheiro que encontrei no chão devolvi pro dono. Quem diria que no dia em que mentir é liberado eu iria acabar só com sentimentos "puros", bons? Honestidade, lealdade, ajudar um ou outro e sorrir pra deixar o povo contente.
Ah, como sorrir é bom!

Sobre as minhas contradições

Ok. Disse que não ia postar até eu ter coragem, contradigo-me. Enfim, lição da Páscoa foi: viver o Hoje. Não viver o hoje como se não houvesse amanhã, mas simplesmente viver o Hoje. Fica implicito que na lição um "esquecer do ontem e não pensar no amanhã". Acontece que penso muito no futuro, faço mil planos pra mil coisa e penso muito no passado, aliás, lembrei que no post passado esqueci de escrever que gostaria de escrever sobre um amigo que virou anjo e sobre os conceitos de amizade do povo. (Nota: esse comentário foi para o leitor notar a contradição).
Falei que desistia da religião, mas tenho rezado todos os dias. Falei que desistia da vida boêmia, ontem estava dizendo que seria legal irmos num bar, bebericar uma cerveja e falar merda. Falei que mulher me trazia problemas, que largaria essa vida de sexo e de constantemente apaixonado, hoje já olhei, comi com os olhos, daquele jeito de menina que o Silka idolatra, tentando evitar a conversa, a paixão e o comer sem olhos tentando fugir da contradição e de possíveis relacionamentos.
Até meu jeito de ser virou contraditório. Eu costumava a ser um ser calmo e quieto, mas hoje discuti por aqui; e eu que odiava brigar me sinto bem, se duvidar brigo de novo só pra me divertir um pouco mais.
Não vejo a hora do Cospus Christi chegar, mas até passou pela minha cabeça ficar por aqui pra por tudo em dia (atraso que eu já pus em dia). Essa última idéia foi seguida de um: A mãe diria "Filho, tem certeza que está tudo bem? Está com medo de vir pra cá, sentir saudades e não querer voltar? Tá doente?!" seguido de gargalhadas.
A única coisa que ainda não mudou em mim são meus textos que nunca tem fim, sem conclusão.
Espera aí, escrever sem concluir é contraditório!