segunda-feira, 29 de junho de 2009

Cá entre nós

Virou obsessão, tomando todos os minutos do meu dia.
Pedir muito seria eu mudar e ir embora.
Fui esquecendo de vestir as roupas boas.
Até lembrei de fazer a barba, mas não vi sentido.
Adocicar o momento, amargando a memória.
Mas que fútil, só não lhe quero nunca mais.
Pode parecer antiquado, mas sinto falta.
Falta dos meus jeitos antiquados.
Levou o ar que respirava, inspirei.
Um pacto que fez daqui lugar novo.
Eu não devia ter ido, afinal aqui mudou.
Mas mudei e gostei, sinto falta.

domingo, 28 de junho de 2009

Vida

Idolatro todo o tipo de silêncio
Que esconde minhas verdades
E faz dos desejos simples acaso

Voltaria no tempo prá arrumar
Esqueceria do silêncio que cede
E faria dos desejos realidade

Avançaria no tempo agora mesmo
Vale dizer que até lá superei
E faria dos desejos o passado

Vivo o presente
Vivo o silêncio
Vivo o desejo

terça-feira, 23 de junho de 2009

Murmúrio

Queria piedade de Deus. Tira-me do peito tal amor imenso que me faz incoerente com o ser que sou! Faz com que o rasgo se cure e que eu possa amar novamente, ou talvez só me cure, pois me cansa o amor. Basta que eu sinta um simples valor pelo próximo, pois antes um simples valor que esse descaso incompreensível. Tira-me a dor, traz-me a fé. Que os outros julguem, mas que eu possa, um dia, me redimir comigo mesmo.

Conceitos

Eu não sou diferente.
Só não sou igual.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Orgulho

Ele disse: Pinta essas terras de vermelho! Precisamos largar essa comodidade de ter uma terra com cor de chocolate! Não somos mais crianças! Somos a revolução!
Todos olharam, perturbados com as palavras do sábio.
E tentou se explicar: Não quero sangue! Eu quero que voem daqui os não-orgulhosos!
E que tinha a ver? Alguém explica a exaltação do velho?
Eu queria ver a dança dos fantasmas! Ou achas que minha geração ainda está presente nos olhos dos teus olhos? Tornaram-se todos infâmes! Não lutam pelo amor, pelo povo, por nós! Lutam pelo sossego! Pela felicidade! O velho dizia, incorfomado da dúvida dos seus conterrâneos.
Um garoto levanta a mão, com medo da bengala do sábio, e diz rápido: Eu luto.
O velho se irrita, seus olhos ardidos ruboravam as faces de todos os presentes: Luta pelo quê? Pelos teus video-games? Pelos aviões que jogas no meio de uma aula em que teu professor tenta fazer que aprendas que o mundo não é só diversão? Pelas mijadas que faz nos muros dos vizinhos? Tu não lutas, moleque!
O garoto toma a razão, se levanta, e, de algum modo, fica três vezes maior que o velho. Bravou como leão: Eu luto pela razão, velho louco! Eu luto pela felicidade! Eu luto pela vida! Não luto pelas loucuras dos outros! Não luto pelos outros! Luto pelos meus pais! Luto por mim! E tenho orgulho da luta!
O povo vibra. O sábio olha para o seu público, que já elegerá um novo sábio, e abre suas asas. Ave negra, voa longe, que eu sou o orgulho.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Salvador

Daquela multidão efervecente sobram uns poucos que grudam.
De pouco em pouco os grudes se desgrudam e sobram os verdadeiros vínculos.
Todos pedantes, outrora heróis
Todos cheios de significado e sentimento, mas de fim trágico e inconsciente.

Mas sobra sempre um.
Aquele herói que alimenta os poderes que engolem as fraquezas.
Aquele herói que reluz como espada, defronte a qualquer batalha.
Aquele herói que, sem querer, torna-se Deus e Religião.

Herói mãe, que é mãe, é pai e é amigo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Do Podre ao Cio

As mulheres devem olhar para os homens com certa desconfiança. É por tal situação que escrevo às mulheres, a todas aquelas que um dia consideraram ouvir minhas apaixonadas palavras de humor com o coração. Não as julgo, muito menos as culpo, faço o mesmo comigo, pois me sinto culpado. É que de um jeito ou de outro acabei me estragando e me tornando o cínico dos nossos dias. Essa minha podridão está num estágio estado tão avançado que não acredito que haja remédio que me cure. E se houver, o único remédio que me cura é de tão grande qualidade que meus bolsos não podem comprar, não se trata de uma prostituta cara, muito menos de uma virgem puritana.

Eu juro, pela minha fé, que desejo sentir emoção, mas a vida não consegue mais me fazer sentir. Não é por mal que tento fazer com que outros sintam por mim. Por isso, sei que é normal que seus comportados botões, outrora eternamente lacrados, queiram abrir para que sua calcinha sinta os meus delicados dedos. Também não me espanto ao saber que suas coxas não consigam ficar fechadas, sempre atraindo o meu corpo para que nossos órgãos se toquem intimamente. Veja bem, não é por mal, como já disse anteriormente. Então, se um dia sentir a tal emoção com o coração, esqueça, não permita que o coração palpite e eferveça por algo podre como este ser que lhe escreve, faça só o que tem de fazer: goze.

sábado, 13 de junho de 2009

Aos vermes que corroem o meu bem

Esqueceu fora da geladeira e lá ficou. Os vermes tomaram conta do corpo e dele sobrou apenas a voz. Não sobrou muito da aparência, afinal nem o cabelo nem os olhos são os mesmos. Apodreceu como um velho solitário, esquecendo dos contratos sociais, dos respeitos e dos sentimentos.
Diziam que os vermes faziam um fedor inigualável, que o podre ele era de se jogar no lixo. Pobre, que não entendeu onde tinha apodrecido, achava que os novos conceitos de felicidade que faziam ele desgostoso. Eram os vermes, alguém pode dizer a ele que eram os vermes? Ele ficaria feliz em saber que a podridão tomou-lhe o corpo e que não era a maldade dele, era só um mal que veio e ficou, um mal que ele nunca convidou.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Martir

Ela me perdeu quando escolheu as palavras que me informavam do estado dela: "Sei lá, não sou idiota. Não quero ficar sofrendo por aí."
Eu disse pouco, mas fui sincero: " Pois somos de mundos completamente diferentes. Minha vida é sofrimento, eu sou sofrimento. Eu sou martir. Eu quero dor."

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Indiferença

Eu não posso esquecer os dias que fui herói. Faz tanto tempo que eu precisava de motivos pra crer em qualquer coisa. Hoje sou anti-herói e não me batem mais as dúvidas do credor. Deve ser o coração que decolou de mim, encontrou a Lua, bem longe de mim. Eu errei ao te encontrar, como quem erra a esquina de casa, perdido no labirinto que eu conheço bem. No fim, era só um herói que ligava pra ouvir tua voz e acreditava que a saudade durava pra sempre. Nunca disse que não preciso da voz dela, só acho que a saudade virou mais um tipo de humor, ora feliz, ora triste, ora saudade. Eu preciso é seguir um novo caminho, pois essa viagem pelo espaço já me deixou sem ar, burro fui eu que achei que o tempo ia fazer alguém perceber qualquer coisa.

sábado, 6 de junho de 2009

São só migalhas

Quando eu era moleque eu associava felicidade ao amor, portanto associava a felicidade à perfeição. Eu acabei achando amor, vivendo a felicidade. Depois do primeiro amor fui, desesperadamente, buscando outros amores. Vivia infeliz, fingindo amor às bocas que eu beijava para talvez acabar enganando minha cabeça e ela dizer que era feliz.
Depois de anos redescobri o amor, mas um amor sofrido e solitário, portanto infeliz. Amor não é felicidade, logo felicidade não é amor. Minha máxima acabou caindo e eu descobri que a felicidade é pouca coisa, não é perfeição. Feliz é aquele que ri a toa, que aproveita a vida aos poucos.
E eu, esquecido da arte de amar, tornei-me profissional da arte de ser feliz.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Someone's over

Era eu que vivia mal.
Era eu que dormia mal.
Era eu que comia mal.
Era eu que estava sozinho.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Dorme bem

No limiar do medo e da gargalhada você pode me encontrar te esperando, rasgando a tua inocência.
E daí? Nos meus olhos assustados você vai encontrar esperança?
Aproveita e dorme, que nos teus sonhos eu posso sumir.
Desde que você não tenha medo que os sons dos meus olhos te deixem acordada.

Mentiras a torto e à direita

Misturava as palavras de amor e paixão com a as coisas rudes que dizia sobre o despudorado sexo dos homens. Falava de coisas belas e ria-se das idiotices do mundo. Não fazia por gostar de mostrar o que sentia, pois não sentia nem um pingo de amor ou de paixão, muito menos pensava nas coisas belas que a vida tem a mostrar. Cuspia essas coisas lindas como meio de mostrar quem era de verdade, alguém que se perdeu a pouco tempo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Volta ao mundo

Não é culpa minha, estou de férias!