domingo, 18 de novembro de 2012

Planeta Terra

A vida perde seu cunho de fardo e se torna uma fantástica organização de elementos orgânicos e inorgânicos que formam células que tomam o mundo todo. Se a história é marcada com duras e horríveis cicatrizes é porque a vida é vida e se resume em tentar viver, mas quando tentar viver dói mais do que respirar, basta a coragem de entender os velhos erros. Nossa existência se marca entre nascimento e morte e o planeta se envolve com infinitas vidas que se começam e se acabam num piscar de olhos, entremeios a vida ela mesma toma decisões e escolhas que abrem os novos caminhos. Não são as escolhas que moldam a vida, mas sim o caminho tomado por essas escolhas e todo o resto de vida pulsante no mundo. Caminhos que moldam a vida por outros seres como esculpido em Carrara ou madeira nobre ou madeira velha, por escultores ou por artesãos ou pelo guri da rua de trás. O presente como uma sucessão de fatos históricos, não uma realidade imutável, a partir do qual o futuro se desenvolve tão incerto quanto o virar de uma esquina numa cidade desconhecida. E entre alimentação e excreção e respiração, a felicidade e a alegria e o amor e a tristeza e a dor e a morte, numa revolução complexa de sinapses. A Química se organizando e dando sentido à ocupação planetária. Não um fardo, um milagre.