sábado, 30 de janeiro de 2010

Winter Winds

"And my head told my heart
'Let love grow'
But my heart told my head
'This time no
This time no'"

Mumford And Sons - Winter Winds

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O velho safado

Eu não consigo mais ler. Não se trata nem de "eu não consigo mais escrever", pois esse drama já passou e eu consegui superar a minha incapacidade de regurgitar as minhas emoções no blog, ou em qualquer pedaço de papel.
Desde que li Misto-Quente, de Charles Bukowski, não consigo mais me interessar por outra coisa. Misto-Quente é um livro medíocre, nem mediano é, não tem uma história, não tem um clímax, não tem um fim. Misto-Quente é um livro que me acorrentou e não me deixava ficar muito longe. Charles Bukowski tem um jeito mágico de escrever. Não só mágico, como porco.
Tudo o que leio, soa científico demais, nerd demais. Nada consegue entrar em ressonância comigo. Preciso comprar outro Bukowski logo, senão estagno na leitura, na escrita, no estudo, em todo e qualquer tipo de inteligência que meu cérebro pode ser útil para.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sobre o fogo (2008)

Acende a paixão
Num escarlate quente
Tão efervescente que dói.
Dói e queima.

Acende o cigarro
Num azul quente
Que fantasia as pessoas
Fascina com a sua magicidade.

Acende o desejo
Aquele desejo quente
Que espera o amanhã
Pois amanhã tem sempre mais.

Acende a dor
Que finge não estar lá
Mas queima de dentro para fora
Num sofrimento incontido.


Dele sobrou as cinzas
Os olhos esperando
A salvação, a felicidade, um cobertor
Pois o frio queimava, como o fogo queima.

E largou a infância
Esqueceu no passado
Num ontem tão distante
Que tornou-se um velho caduco.

Que acende o cigarro.
E espera o calor do fogo.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Um sonho divino

Na noite anterior tive um sonho com Deus. Me clareou um pouco a vida, me trouxe fé e compreensão sobre o mundo a minha volta.

- Olá, filho.
- Deus? É você?
- Vim te trazer uma mensagem. Quero que você deixe de se preocupar com o mundo a sua volta. Te preocupa com o teu mundo, pois você está destruindo-o.
- Preocuparei, Pai. Desculpe-me por tudo o que fiz.
- Não peça desculpas. Saiba que eu cuido de você. Cuido de cada poro do teu corpo.
- Cuida de cada poro, como se cada um fosse uma ovelha e você fosse o pastor?
- Que papo bizarro é esse? Você acha que eu tenho cara de quem gosta de bucolismo?
- Eu tinha ouvido sobre essa anedota quando criança. Deus é o pastor, nós somos as ovelhas.
- Besteira. Eu sou mais como um dermatologista, que se concentra em cada centímetro do teu corpo. Isso, sou um dermatologista, só que um dermatologista exageradamente cuidadoso.
- Pai?
- Diga, filho.
- Preciso passar algum creme? Filtro solar?
- Não, deixa comigo. Eu te cuido. Vai viver a tua vida, vai?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Caminho

Between desire and a road to take.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Amor

Meu amor caiu.
Acabou-se num chão gelado.
Não foi o som de um novo homem, ou de novas aventuras, ou de um fracasso qualquer.
Foi o som de uma porta que se destranca, duma liberdade desconhecida.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Platônico, como todo o resto

Por ela eu trocava a mãe. Trocar a mãe era o máximo que eu podia, pois antes da mãe trocava a casa, o conforto e os gatos, mas a mãe sempre ficava pro final. Nunca pensei que diria isso, mas os olhos verdes, a pele branca e o cabelo ondulado me tiravam a atenção do mundo real. Seria cruel se a mãe soubesse que eu faço a mínima ideia de como a menina é, de fato, se é boa moça, educada, divertida. Sei que tem um sorriso explêndido, bochechas harmoniosas, rosadas. Mal sei seu nome, não conheço a sua voz, mas por ela eu trocava a mãe. Trocava meus dias, minhas noites, trocava o que precisasse trocar. Que bom que não sabe disso, senão tirava tudo o que tem pra tirar de mim. É óbvio que ela tem aventuras amorosas (ou prazerosas, que seja) com homens bem mais ricos, bem mais bonitos, mas, se é mulher de verdade, ia querer tirar um pouco de mim. Eu, sem mãe, sonhando dia após dia com aquela magreza de modelo, aquele olhar languido que me dá vontade de amar.