sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Sobre o ônibus

Ok. A inda e vinda do alojamento para o cursinho e vice-versa é feita por um ônibus de turismo, ônibus de viagem normal. Quase confortável, mas o importante é que é dessa hora do dia, além da hora de telefone, que eu mais gosto no dia. Se de dia fecho os olhos, se de noite olho as estrelas. Presto atenção na música e respiro fundo.
Eu respiro bem fundo, acredito que vai ser a ultima vez que respirarei assim. Começo a me sentir verde, além de gordo e barbudo, enfim, acabado. Minha cabeça vai explodir de tanto pensar, parece um balão inflando com tanta pressão, tanto pensamento. Penso e sinto saudade.
Saudade da vida "a macacada unida pulando de galho em galho, se divertindo por toda a árvore", aqui as coisas são "cada macaco no seu galho e uma banana para todos". Conviver com muitas pessoas que não são íntimas pode ser bastante complicado. Eu vivia num núcleo onde conviver era ser amigo, amigo irmão, estar sempre perto, sempre ligado, sempre intrometido. De repente tudo muda, o certo é ser impessoal, pensar sozinho, rir em grupo pra não perder o hábito.
Saudade da vida de "adolescentes debaixo dos lençois", poderia dizer que amo o sentimento do toque suave dos teus dedos em mim, mas na verdade o que sinto é saudade, muita saudade. Poderia dizer gosto que sentir o desejo tomando conta de mim, mas a verdade é que desejo não significa nada mais além de casa pra mim. Até o meu gato me faria completo, saudade de ele pedir carinho enquanto eu queria dormir.
Assim como a rotina, palavras são repetitivas por aqui. Minha rotina é acordar, comer, aula, comer, estudar, dormir. As palavras são vestibular, medo, humor, música, estudar, vestibular, comer, saudade, vestibular, estudar, saudade, estudar, vestibular, saudade. Uma vida bastante monótona e complicada. Ah, esqueci do telefone, faz parte boa da rotina, hora sagrada que me leva pra casa.
 
 
Ouço: The Spill Canvas - Dutch Courage
 
Eu sempre tive mudanças repentinas de humor, aqui é mais freqüente do que nunca.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sobre como é difícil acessar a internet

Ok. Fui numa lan house no domingo. Mal deu tempo de entrar no orkut e escrever aqui no blog. Falei um pouco com o pai e com o leo. Queria mandar scrap pra todo mundo, responder o testimonial da Ya, fazer um pra nessa, dizer pra Paty que eu me senti o ser mais importante ao ver o album no orkut dela e queria arrumar meu album.
Bom, eu pensei em escrever sobre a dor, mas não consegui escrever aqui, depois sobre os sonhos, sobre o rei e sobre as estrelas. Eu escrevo vários posts em minha mente, mas o pc daqui não estava funcionando, então acabo não pondo em prática nada do previamente planejado.
Sobre a dor: a dor verdadeira é a incerteza e o medo, adaptado de palavras dum velho sábio.
Sobre os sonhos: no pior dia aqui tive sonhos bons, num sonho todos estavam numa festa, era aniversário do Hey. Estava todo mundo, Ana, Nessa, Paty, Vitor, Vitória e Ya. Num momento singular do sonho o Hey olhou sério pra mim "Silka, se você desistir agora tudo bem, vai ser só o primeiro fracasso de um grande sonho, vários sonhos virão, você vai fracassar mais vezes".
Sobre o rei: Uma coisa é você ser Rei do seu reino, o melhor do seu canto, outra coisa é você ser Rei de todos os reinos.
Sobre as estrelas: Eu não gosto do clima daqui, todos os dias faz sol e um calor quase insuportável, mas todo dia você vê chuva. Não gosto da minha cama, ela é torta prum lado, acordo com dor nas costas. Não gosto do chuveiro, é elétrico e de manhã é chato tomar banho nele. Não gosto da comida, nada comparado a comida de casa. Não gosto da solidão, por mais que eu tenha novos amigos, é da família e dos amigos de verdade que eu preciso. Mas as estrelas são simplesmente lindas aqui. Elas brilham mais, elas aparecem mais. O céu acanhado de Curitiba não sabe como é bom mostrar as suas verdadeiras faces para o mundo. Essas estrelas imprimiram na minha mente uma lembrança, uma nostalgica vontade de conhecer, de estar mais perto das constelações. Mais do que uma curiosidade, queria um trabalho, uma vida nelas. Acabei lembrando porque quero ITA.

Resumo chulo de tudo o que eu quis escrever. Faltam 20 dias pra eu ir embora daqui, toda vez que lembro disso sorrio.

Dos fracos não sou o pior.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sobre como eu seguro as lágrimas

Ok. Lembro que quando meu pai foi embora, um pouco mais de um ano atrás, eu não chorei por algum tempo, um belo dia ouvi Elliott Smith - Last Hour com a mãe, choramos muito, muito, muito. Quando eu estava chorando no ônibus indo embora essa música tocou. Me senti bem, um homem, seguindo seu caminho, mas me senti perdido, sozinho.
Assim como chorar na partida do pai, chorar de saudades não acontece. Não sofri de saudades intensas, sofro de detalhes. Estou estudando, olhando o céu, escutando a chuva, certas músicas, certos comentários, certas histórias, detalhes que me fazem me lembrar de pessoas que eu deixei. Nesse momento eu quero muito chorar, mas não o faço, porque lembro dos bons momentos, lembro de loucuras, de fofocas, de histórias, de cagadas, de buzinas e volto a sorrir. Aprecio o momento de "estou sentindo o que sentia com eles" e fico alegre. Volto a estudar como se nada de ruim aconteceu.
Hoje está sendo um dia excepcionalmente ruim. Não estudei de tarde, visitei o shopping. Descontrair não significa ficar feliz. Sai para descontrair, me irritei, me estressei, quis correr prum computador conversar com todos, mas acabei ficando preso naquele maldito lugar. Agora todos estão num show, que, com certeza, eu estaria junto, aproveitando a vida como ela tem que ser aproveitada.
Fiz a primeira prova, esperava ir super bem, fui super mal. Grande coisa não é mesmo? É só o começo. Palavras animadoras, que me fazem pensar, como eu nunca pensei, quero ir pra casa. Quero muito, mas muito mesmo, minha casa. Fico me perguntando o que eu faço aqui, sofro, não durmo, sinto saudades. Lição pra vida? Pode ser, dou valor pra quem está longe. Podia ser assim, só dar o valor e eu poder voltar. Acho que agora até me contento com uma Federal da vida, todo mundo luta por uma Federal, por que eu não posso me contentar com uma?
Eu estou estudando e faço um carinho no meu braço, lembro das unhas da Nessa me acariciando, continuo, em busca de boas lembranças, faço carinho nas costas, lembro da mãe. Com um simples carinho eu vou pra casa, até eu cansar minha mão e voltar a realidade. Eu sinto cheiros doces, ouço vozes que quero ouvir.
Eu me esforcei, mas não surtiu muito efeito. Acho que cursinho não faz mais parte de uma opção da minha vida. Faz parte de uma tecla que eu continuo batendo. Meus dedos, já latejados, doem, quase se quebram. Eu acho que é racional parar quando é preciso. Será que espero que eles definitivamente quebrem? Ou vejo que todo o sangue em minhas mão tem sido em vão e finalmente desisto?


Ouço: The Album Leaf - Always For You

Eu achei que já tinha me decepcionado o bastante, achei que já tinha sentido sono de verdade, achei que já tinha chego no meu limite, achei que já tinha sentido saudades.
Tudo é novo, mas não quero nem lembrar, quero lembrar do que é bom. Semana passada parece que foi a muito tempo atrás. Vendo minha vida pela minha cama, vendo minha alma por sexo (um pouco de sarcasmo pra deixar o post mais feliz).

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sobre como estou fodido

Ok. Todo mundo sabia que ia ser difícil. Mas eu não esperava que em uma semana eu estivesse podre. Sinto sono pro resto da vida, dormi a tarde toda hoje, tenho aftas e começo a me gripar. Tenho saudades, às vezes me pergunto o que faço por aqui. Desistir jamais, mas umas noites bem dormidas seriam amáveis.
De toda essa desgraça tenho notícias boas, já sou amigo dos colegas de quarto e a matéria não tá pesada, só o número de exercícios por dia, seriam 275 por dia pra quem fizesse todos. Todos os dias uma pérola nova acontece: no primeiro dia, na madrugada, tenho um pesadelo, pulo da minha cama (cima do beliche) e corro até uma parede, demoro um tempo pra notar que foi um sonho; no segundo dia durmo na aula, o professor pede pra eu pagar 10 flexões como "castigo"; ontem eu acabei trancando o meu armario com as chaves dentro. Desgraças que me fazem rir, descontraindo o clima pesado.
Estudar tem sido incrivelmente fácil, mas de 20 em 20 minutos lembro de alguem e perco a concentração, demoro mais 20 minutos pra voltar a estudar.
Acabei de acordar, não devia ter dormido, mas precisava. Vou estudar. Um beijo pra quem fica e três pra mim.
 
Eu sou meio fraco, mas não desisto tão fácil.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Sobre o último "eu nunca"

Ok. Poderia dar mil títulos pra esse post, poderia dar detalhes sobre o eu nunca, falar sobre a saudades, sobre a nova casa ou sobre as aulas. Acho que simplesmente escrever pra lembrar da última boa lembrança já basta. Fiquei um bocado triste com o tal dia, pois ele foi o exemplo de dia que eu queria pro resto da minha vida. Amigos, namorada, bar, dar tchau para o Sol e dar risadas, muitas risadas. Saber que ele não vai acontecer amanhã me deixa chateado.
Ir embora foi estranho, quis culpar todo mundo do meu atraso, mas sei que eu queria um tchau de todo mundo. Como eu tive. Foi um pouco mais emocionante do que o esperado.
Todos os dias penso sobre o que escrever aqui, mas a internet do alojamento é ruim, os computadores também, tá difícil passar no e-mail. Domingo vou numa lan house e tal. O tempo vai passando e as milhares de coisas que eu queria escrever vou esquecendo.
Bom, sobre o lugar, quente, povo divertido, já me sinto um pouco cansado, acordei cedo, 5:30, pra ir pra aula. Sobre a saudade, eu não tive ainda aquela depressão, alias, não quero ter, mas os mínimos detalhes me fazem lembrar das pessoas. No primeiro dia aqui estava preocupado em arrumar as coisas, dormir e conhecer o povo, no segundo dia tive o primeiro dia de aula e estudo, hoje aula e estudar. Não tive tempo de notar que estou sozinho sem vocês, que bom, pois quando notar não vai ser bom.
Sinto saudades, às vezes conto os dias pra eu ir embora, depois penso "não tenho que pensar quantos dias vou embora, tenho que aproveitar que estou aqui pra estudar!", ainda sim daria tudo pra estar em casa. Alias, 292 dias pro vestibular, 28 dias pra eu ir embora e por aí vão as contagens.


Mama said: estou orgulhosa de você, você é um campeão. Digo o contrário, sou um perdedor que está dando tudo pra vencer.

Músicas velhas duram pra sempre, músicas tristes me lembram meus amigos.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Sobre a música

Ok. Música me deprime, música me alegra, música me conforta, música me destrói, música me faz esquecer, música me faz lembrar. Lembro muito, muito mesmo, mais do que o necessário. Música é minha casa, música sou eu, música é tudo: felicidade e tristeza, esperança e agonia. Música é vida e morte, música é o certo e o errado. Música é o bem e o mal, música é boa e ruim, música é minha marca pessoal, música é um jeito de eu fugir, de me incluir, de me esconder, de me comunicar, música é o novo, música é o velho, é o passado, o presente e o futuro. Música é tempo, basicamente tempo.
Eu sou pura música, meu dia é música, meus pensamentos são músicas, meus sonhos são músicas, meus sentimentos são músicas. Sou rock e suas classificações secundárias, sou indie, sou prog, sou pós-rock e sou do rock experimental.


Não ouço nada, vou assistir o Heima, documentário sobre a banda Sigur Rós. Queria dormir, mas prefiro a música.

Só a música e um amigo imaginário pra me reconfortar.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Sobre a nostalgia

Ok. Tento não pensar muito, mas por mais que eu insista em evitar acabo pensando. Penso e me machuco, arranhões leves que só me fazem sangrar um pouco. Com tantos arranhões vou me aquietando, vou me entristecendo. Tento não pensar no futuro, mas penso no passado. Penso no passado e sinto saudades. Tento não pensar no passado, mas penso no presente. Penso no presente e não quero largar essa vida.
Nostalgia sempre foi a minha vida. Sempre lembrando, recordando, vivendo o passado. Por alguns dias eu larguei essa vida nostalgica pra viver o presente, vivi bem, intensamente. Larguei as lembranças por um tempo e elas surgiram novamente das cinzas. Vontade de pular da minha pele, fugir do meu destino. Vontades vêm, assim como o futuro... e o futuro está colado em mim, o futuro é amanhã.


Ouço: Mike Oldfield - Ascension

Meu humor não está cooperando.

Sobre o meu choro acoado

Ok. Chorar é para fracos. Os bons guardam os sentimentos ruins, não choram. Os bons guardam tudo, até o dia em que eles explodem. Daí deixam de ser bons.


Ouço: Mike Oldfield - Hibernaculum

Eu sou bom, quero ver até quando.

Sobre os meus atrasos

Ok. Pode-se dizer que sou pontual. Não costumo me atrasar em compromissos importantes. Na verdade costumo chegar em cima da hora. Últimamente tenho deixado tudo pra depois, tenho de comprar minha passagem pra viajar amanhã, desisti de terminar de arrumar a mala e parece que estou nem aí com nada. Aliás, falando em deixar pra última hora e nem aí com nada... esqueci de me apresentar no quartel, quem sabe serei militar antes da hora. Delicínha non?
Preguiça de escrever, só pra quebrar o silêncio, fazia tempo que não escrevia. Não tenho mais aquele desejo, nem aquela inspiração.


Ouço: Vangelis - Atom Blaster

Eu tenho um cabelo bonito, já pensou se eu viro militar e perco o cabelo?! ("Gargalhadas"... pra você que não entendeu que foi uma piada)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Sobre o egoísmo

Ok. Esses dias ouvi "seus textos são egoístas". Me senti super mal, não gosto de ser uma pessoa ruim, egoistas são ruins. Durante 13 segundos fiquei me remoendo de desgosto, mas acabei lembrando que sempre fui egoísta. Passou o desgosto. Sou egoísta desde que me conheço por gente, qual a diferença de eu escrever textos egoístas?
Ouço desde pequeno, ouço todos os dias "você é muito egoísta Eduardo!". Acontece que eu não sou tão egoista assim. De quando em quando sou completamente contrário. Sou generoso com todos, amigável, simpático e... trouxa. Sempre que não sou egoista acabo saindo como trouxa. Por essas e por tantas outras que escolho me escolher. Seria bastante sensato eu viver num meio termo, como uma pessoa normal, mas não consigo, sou do clube dos exagerados, sempre muito de tudo, exageros desnecessários que me fazem um ser pior.
Canso de ser assim. Fico excessivamente revoltado quando as atenções não caem no meu colo. Por um momentâneo lapso de razão dou conta que não sou tão importante pras atenções serem só minhas, passa esse lapso e eu continuo vivendo a minha revolta.


Ouço: Death Cab For Cutie - We Laugh Indoors (New Mix)

Eu amo.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Sobre como queria ser invisível, ou invencível

Ok. Só quero escrever. Quero sumir e quero vencer. Por isso o título, não é nenhum desejo de criança não. Tudo é parcialmente perfeito. Parcialidades corroem meu coração, mas não meu ânimo. O meu coração precisa das tuas mãos pra ficar mais animado. Lembrar de como as suas mãos aconchegantes podem tocá-lo já o faz feliz. Creio que a memória vai ser minha melhor amiga no futuro próximo. Um pouco de canção, emoção. Olhe as minhas mãos, querendo te tocar, desesperadamente puxando seu perfume pra mais perto do meu nariz.
Se um dia eu perder minha memória mate-me. Não me importo em ser limpado depois de velho, de andar de cadeiras de rodas ou de ter um coração fraco. Só não destrua a minha mente. Não me deixe esquecer nenhum pingo do que sou, do que fui, do que serei.
Estou bem, se tudo estiver bem. Eu canto, eu danço, eu sinto, sinto muito, muito mesmo. Ser humano não é fácil, se pudesse largava desse peso. Lavo as mãos, limpo a alma, sou mais anjo, largo o peso, sou ninguem até lembrar que ainda tenho memórias. Sofro por lembrar que sou humano, vibro pois vou lembrar de você durante mais um dia.
O Sol me acorda, me aquece. Acordo mal humorado. Procuro sentido pra deixar você nos meus sonhos pra levantar e viver. Deito de novo, sonho de novo, penso bastante e lembro que se eu ficar dormindo vou demorar pra te ver. Vou até o calor, tomo Sol na cabeça, acaricio o gato. Hora de viver mais um dia. Caloroso dia, sempre caloroso. Por mais frio que ele seja, sempre existe calor. Tantas coisas, sonhe comigo, sonho contigo, espanto o medo e a aflição, crio o mais puro ambiente, cheio de amor e paixão.
Você lembra como as coisas pareciam quando você era mais novo? Agora você fica confuso sobre o que é agora, jamais podia imaginar tanta mudança. Você pode se entristecer, mas digo pra você que as coisas tinham de ser assim, desde quando eramos mais novos. Encontre-me de novo, não como um amigo, como um abrigo. Estenda o seu peito no meu, sentir o coração bater como um ritmo conhecido é melhor que ouvir batidas frenéticas e aflitas.
É tudo novo, deixo a vida pra trás, esperando que ela me espere. Durma em pé, não me deixe ser esquecido. Não quero viver sem a sua vida, não quero ficar sozinho num novo território congelado. Tantas noites eu prometi que ia transformar tudo em mágica, tudo em pra sempre. Tantas noite eu sonhei que nunca largava daqui. Tantas noites eu quis estar longe. Agora, nessa noite, nada é mais claro que nada, pois se tudo está claro não me sinto confuso, se estou confuso nada está claro. Estou confuso, um sim e um não, vários sins e vários nãos.
Quer viver a minha vida? Vendo por alguns cruzeiros. Sou comprado fácil.


Ouço: Seabear - Sailors Blue

Eu vejo tudo, não falo nada, penso muito, penso muito.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sobre como eu queria escrever aqui

Ok. Tudo parece perfeito, mas essa perfeição me destrói. Acabei pensando mais do que devia sobre tudo. Tanto pensamento me fez querer vir aqui escrever. Tinha escrito mil textos chorosos em minha cabeça. Depois de uma dúzia de lágrimas, ou uma duzia de minutos de choro, a mãe me consola. E com esse consolo que eu digo pra você, leitor, não vou escrever não.
Sou egoísta demais, mas acho que excesso de egoismo seria falar sobre mim. Você não iria ler nada diferente de uma mistura do ótimo e do péssimo. Uma mistura de sentimentos desnecessária na sua vida. Ódio e amor, lado a lado. Desejo e repulsa, prazer e asco.
Só queria contar que hoje foi a primeira vez que pensei em tudo. Como tudo vai ser, como tudo seria, como eu queria que tudo fosse. Não vou escrever mais, pois o título acusa uma desistência na minha postagem.


Ouço: Vangelis - Ask The Mountains (L)

Eu procuro sobreviver nesse céu/inferno, ouvi dizer que sobreviver seria ótimo, mas parece que só sobreviver não é o bastante.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Sobre fases

Ok. Todos nós preferimos o pai ou a mãe, odeia ou ama os irmãos, tem um super melhor amigo e têm amigos de infância, nós amamos uma cidade, gostamos de um certo tipo de comida e de outros não. Todos nós temos manias que adquirimos desde pequenos. Às vezes mudamos essas manias, esses hábitos, enquanto crescemos, mas nosso passado mostra quem realmente somos ou seremos.
Isso é normal, exceto pra pessoas como eu. Esse seleto grupo de pessoas não tem muitos hábitos e preferências. Temos fases. De tempos em tempos eu prefiro o pai ou a mãe; normalmente amo meu irmão, mas às vezes o odeio; tenho alguns super amigos e amigos de infância não são tão presentes na minha vida; amo minha cidade, mas vou me mudar logo e quero amar o lugar que vou morar, por mais que eu não queira ir; de tempos em tempos mudo meus gostos, amo e odeio saladas, e coisas frescas, do dia pra noite, ora gosto de peixe ora não.
A mudança constante de gostos é boa. As fases vão passando e o que é realmente bom vai ficando. Sempre existe uma reciclagem de valores. Pessoas vão e vem, pessoas boas parecem ruins e as ruins parecem boas. Depois de uma chance ou outra é perceptível a realidade. Quem realmente fará parte dessa nova fase? Qual gosto será meu novo gosto?
Eu supervalorizo as coisas. Os sentimentos. Não pelo motivo de eu ser exagerado, mas por eu querer aproveitar o momento, pois tenho certeza que esse momento pode deixar de existir quando a fase pedir pra mudar. Não posso dizer que não criei sentimentos que não existiam, falei palavras que não devia, mas juro que essa pequena fase que estou vivendo é sincera. A mais breve, a mais gostosa e a mais simples das fases. Acabei com a fase das loucuras pra viver essa fase de pós-partida.
A fase de pós-partida têm resolvido muitos problemas, criado mais alguns. Posso dizer que essa fase é um pouco deprimente. Amar alguem e criar laços fortes com um período pré-determido chega a parecer como um motivo pra eu fugir da solidão e do medo, mas é esse amor e são esses laços que me fazem sentir a solidão e o medo chegando. A solidão está me esperando, sorridente. Costumo ignorar, viver as minhas companhias, amar como se semana que vem nada disso fosse existir. O medo me persegue, sei que dele eu não posso fugir, sei que tudo vai acabar.
Olhe pra minha história, sempre tive fases e sempre vou ter. Essa fase que vivo vai acabar, outra vai vir, infelizmente ela é bem vinda. Espero que um dia uma fase parecida com essa volte a reinar, ou que eu não encontre uma fase ruim pela frente. Espero que todas essas fases tenham me ensinado alguma coisa, não é a toa que eu não gosto da mesmisse, preciso aprender. Aconselho a você, leitor. Viva novas emoções, novas experiências e sobreviva às novas fases.


Ouço: Vangelis - Ask The Mountains (em loop, pra variar)

Eu gosto de viver, de sobreviver, de sentir o que eu sinto por você.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sobre o homem que não existe

Ok. Ele não precisa estar sempre do meu lado, basta estar dentro de mim. É praxe eu entrar no banheiro, onde o sujeito mora, com as fofocas prontas para sairem de mim. Digo escandalosamente "Meeeeu... Deus... brother, você não sabe da última" ou alguma frase equivalente. Ele me olha com uma cara monótona, como quem diz "pra variar tenho que ouvir suas histórias, tá, comece...", mas ao mesmo tempo ele fala com um ar interessado e senta na pia "conte-me tudo, não me esconda nada!".
Nós somos como unha e carne, não nos separamos nunca, até pelo motivo de ele ser eu, em termos. Brigamos bastante, mas brigas de brincadeira, adoramos nos provocar. Quando eu me irrito com as provocações eu digo "se não fosse por mim você não existia, cale a boca", ele fica calado por alguns segundos, até começar a rir de novo. Rimos muito, conversamos demais. É comum eu sair do banho, sentar de roupão na cama, o gato vem pedir carinho e deita perto do meu peito, o sujeito senta na outra cama e nós três ficamos vinte, trinta minutos, ou até o vento me secar, fofocando.
Meio estranho e infantil, mas é sempre bom ter alguem pra conversar, a qualquer hora do dia e da noite. Contar os maiores segredos, os que ninguem pode saber. Ouvir críticas, coisas que nunca percebo, ouvir uma voz amiga.


Ouço: Vangelis - Intergalatic Radio Station

Eu tenho um amigo imaginário e quase me considero estranho por isso.

Sobre o Willian

Ok. Eu não estou com vontade de escrever, estou sem assuntos. O problema não é a falta de assuntos, é o excesso deles. Quero falar tudo e acabo confundindo a minha cabeça. Queria falar de como a felicidade é bem vinda. A felicidade sempre vem acompanhada, não é possível a felicidade plena, na realidade a felicidade não existe, existe a alegria, alegria em constância é chamada de felicidade, mas ainda sim é alegria. Enfim, sempre que a alegria aparece a desgraça também o faz. Sempre algo vai dar errado, sempre vai ter uma pedra no caminho.
A vida é como o céu, a felicidade é o sol, a tristeza são as núvens. Não importa quantas nuvens existirem, o sol está lá em cima. Não importa quão ensolarado o dia esteja, uma hora as nuvens aparecem, não demora muito.
Cansei desse post cheio de metáforas, vou falar sobre o Willian, como o título pede. O Willy é o gato que está na foto à sua direita no monitor. O sujeito é bem simpático, antes agressivo, mas agora muito carinhoso. As pessoas costumam a chamá-lo de "gato gordo", não por discriminação, ele de fato é gordo, bastante gordo.
Costumo conversar bastante com o Willian, ele vem pedir carinho, conto as fofocas do dia pra ele, ele deita comigo, dormimos e pronto. Não teria saco pra ter um cachorro que pulasse, brincasse e tivesse de ser levado pra passear. Sou mais meu gato, que dorme, me ouve e me esquenta.
Escrevo sobre ele só pra contar um pouco da minha vida, ele vai ficar aqui em Curitiba, vou sentir saudades do meu companheiro.
Fica nisso, manter um pouco do silêncio e do sossego é sempre bom.


Ouço: Suzanne Ciani & Vangelis - Malibuzios

Eu não consigo me importar com as críticas e com os comentários, por mais severos que eles sejam.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sobre a minha promessa

Ok. Eu vou postar, antes que me passe a revolta. Acabei de acordar, estou explodindo em emoções. Então vou contar sobre as minhas revoltas.
Quando eu era criança, digo, um pouco mais que um pré-adolescente, as drogas estavam na minha frente. Álcool, cigarro, maconha, clorofórmio, lança-perfume. Eu nunca fui chegado em drogas, fui educado à não me interessar por nada disso. Passou um tempo eu comecei a beber, não por desejo, não por necessidade, você conhece quantas pessoas que não bebem? Acho que devo conhecer meia duzia. Comecei a fumar, pois meu pai fumava, era mais um jeito de mostrar pra ele "eu posso parar quando eu quiser, mas só vou parar quando você parar"... ele nunca parou de fumar, nunca ninguém descobriu que eu fumava. Conheci alguém que me apresentou a religião, eu larguei as drogas para rezar. Eu rezei bastante.
Hoje beber e fumar não é mais proibido na minha idade. Não existe mais aquela história de "menor de idade". Então, antes do que nunca, beber se tornou mais normal. Antigamente todos bebiam, mas era proibido. Hoje todos bebem, mas ninguém está fora da lei. Nessas férias, desde o primeiro dia, fiz as mais variadas loucuras: sexo, drogas e rock'n'roll. Queria fazer as loucuras que eu nunca fiz, queria aproveitar meus últimos momentos, pois sabia que ia embora. Nessa vida de sexo, drogas e rock'n'roll aprendi uma coisa: mentir. Mentir se tornou a coisa mais normal na minha vida. Poucas pessoas ouvem a sinceridade de mim. A mentira é um dos problemas que eu não esperava nas férias. Muita coisa aconteceu, dessa muita coisa eu me arrependo de um terço dela, faria de novo mais um terço e me orgulho de outro terço. Me arrependo de toda mentira, me arrependo de ter acabado com a amizade que eu tinha com minha mãe e com o meu irmão. Faria de novo o primeiro absinto, faria de novo o primeiro James. E me orgulho da amizade fortíssima que eu adquiri, sou um sujeito não-sociável, difícil fazer novos amigos, mas eu fiz, me orgulho de ter me apaixonado do nada, me orgulho de ter me divertido.
Além de aprender a mentir eu aprendi coisas úteis. Poucas pessoas acreditam, mas eu aprendi o que é certo e o que é errado. Aprendi quem realmente vale a pena. E dando valor a pessoas que não merecem o meu valor fui perdendo as pessoas importantes.
Minha revolta é a seguinte: quando era proibido tudo era simples, bronca ali, bronca aqui; quando tudo virou dentro da lei virou um caos, não são mais broncas, são decepções, são pecados. Então fico me perguntando por que você ouve, quando começa com loucuras na pré-adolescência "um dia você vai poder fazer essas loucuras", eu lembro quando meu pai disse isso pra mim. Não que eu queira mais loucuras, já me cansei delas, quero só ficar com quem eu gosto nesses últimos dias.
Quero sossego, quero um dia que nem ontem, ficar abraçado vendo televisão, sem nada pra pensar, só viver. Cansei de brigar, de segurar choro, de ouvir coisas que eu achava que não merecia, de criticar, de reclamar. Quero conversar, quero sorrir, quero abraços, beijos e risos.


Ouço: Anberlin - Paperthin Hymn (acho que viciei)

Eu acho que cansei de pedir segundas chances.

Sobre você, meu especial você, não um você qualquer

Ok. Tive mil e sete títulos diferentes pra esse post: sobre nós, sobre o teu cheiro, sobre os teus olhares, sobre os teus sorrisos de canto de boca, sobre o teu beijo, sobre o teu abraço, sobre o teu pescoço, sobre o teu carinho, sobre a tua voz, sobre as nossas risadas, sobre como um breve tchau dura uma vida, sobre como assistir filmes ou seriados me faz completo (completo: desejo de você, vontade de prestar atenção, sono), sobre como eu tenho orgulho da nossa sinceridade, sobre como eu me apaixono fácil, sobre como tudo é inacreditável, sobre como eu quero estar com você sempre, sobre como tudo parecia proibido, sobre como tudo parece natural, sobre como tudo parece certo, sobre como te deixar em casa é um problema, sobre como te deixar em casa é sempre a solução, sobre como eu me sinto uma criança ao pensar em você, sobre você morar nos meu sonhos e outros novecentos e oitenta e dois títulos.
Tá, meu objetivo não é escrever nada, é só postar. Eu sei que parece meio sem nexo, mas eu resolvi que ia postar algo feliz. Se eu tenho algo pra dizer pra você eu já disse, ou ainda vou dizer. Enfim, a felicidade tem querido sumir, por isso o post de cunho apaixonado, porém levemente vazio. Quando tudo parece bem, ou ótimo, alguma coisa acontece. Coisas inacreditáveis acontecem. É estranho quando essas tais coisas acontecem, pois só me deixam mais revoltado. Prometo que amanhã escrevo sobre as minhas revoltas.


Ouço: Anberlin - Paperthin Hymn

Eu me canso fácil... e estou me sentindo chato.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Sobre coisas que não me alegram

Ok. Você, leitor que tende a deprimir-se facilmente, não leia esse post. Principalmente se você tem algum tipo de laço comigo. Se você é que nem eu, aquele tipo de pessoa que não pensa pra não ficar triste e deixa pra pensar nas coisas tristes quando elas acontecem, pode ler.
Bom, hoje fiquei bastante triste ao ver o dia, 06/02, dia 16/02 eu estou indo embora. Dez dias pra eu aproveitar a minha terra. Está tudo tornando-se mais real, partir não é mais um motivo pra eu fazer as loucuras que eu nunca fiz, é motivo pra eu pensar o que vale a pena eu fazer, motivo pra eu pensar com quem quero ficar nesses ultimos dias, quem eu quero aproveitar. Agora ouço "vá descobrir como você vai embora: avião, carro ou ônibus?", ouço "precisamos comprar as ultimas coisas".
Meu cérebro ainda não consegue assimilar a realidade, ainda vive naquele estado "vamos fingir que nada acontece, vamos aproveitar o máximo, na hora de ir embora pensamos nisso, na hora de ir embora, ouviu bem?". Mas ele já começa a pensar nas despedidas, no que eu quero falar pra certas pessoas, se você ouvir alguma coisa bonita antes de partir saiba que eu tenho pensado muito em você ultimamente.
Eu faço parte daquele seleto grupo de pessoas que precisa de amigos, mas não acredita na amizade, esse grupo é de fato bem seleto. Acho que amigos sempre podem te decepcionar, muitos amigos já me decepcionaram na vida. Eu já decepcionei muitos amigos. Mas por incrivel que pareça eu sempre tenho, ou preciso de, alguem muito importante perto de mim. Eu não tenho o hábito de classificar amizades. Digo que alguns são conhecidos, os outros são as pessoas que amo. Nessas pessoas que tenho pensado, mas fugido de pensar nelas, pois lembro que estou partindo.
Acho que está na hora de abrir os olhos, enfrentar esse medo que eu escondo, pois eu sou craque em esconder medos. Pretendia esconder até dia 15, véspera da minha ida, mas acho que seria covarde. Estou perdido de novo, hoje não estou triste e estou escrevendo sem sentir nada de ruim. Na verdade sinto cada vez mais vontade de ver certas pessoas. Estranho, pra variar um pouquinho.
Se você, leitor deprimido, leu tudo, não me culpe, na segunda frase eu disse pra você não ler. Saiba que eu fiquei feliz em saber que você ficou deprimido, não porque sou cruel, mas porque fico feliz em saber que alguem se importa comigo e não queria me ver partir. Aliás, só porque vou partir não fuja de mim, seria bastante "anti-amigável", pois antes de festas de véspera ou loucuras enquanto temos tempo, quero você por perto.


Ouço: Jon And Vangelis - Anyone Can Light A Candle

Eu sempre fui maduro, mas infantil, ultimamente tenho sido imaturo e infantil. Chegou aquele momento em que imaturidade não cola mais, aposto que depois de velho ainda serei criança.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Sobre o carnaval

Ok. Voltei pra Curitiba, estou feliz de estar aqui, estou triste de não estar lá, estou meio perdido, tá, muito perdido. Tenho um sentimento chato, uma mistura de mau humor, cansaço e alivio. A viagem foi interessante, altos e baixos, como toda viagem. Só que eu acho que estou me tornando monótono. Hoje é um dia que eu estou mais chato que o normal, não sei o motivo da minha tristeza, mas algo me faz "emo".
Enfim, sobre o carnaval. Resumindo: tudo começou com chuva e uma cidade deserta, depois essa cidade ficou lotada. Do lado do hotel tinha um palco, com funk na sua grande maioria, além de muitos nativos maltrapilhos. No primeiro dia de festa atritos nasceram, brigas e um celular no mar. Nos outros dias a diversão foi mais presente. Todos os dias, sem exceção, rolou uma bad trip. Normalmente lembrava de quem não estava comigo, de quem eu queria que estivesse comigo. Sentimentos assim não são saudáveis no carnaval, mas não pude evitar. Acho que sinto saudades, em demasia. Hoje, por exemplo, sinto saudades do teu cheiro.
O carnaval foi regado de "garotas do brasil", "cachaça não é água" e músicas que nos faziam pular e rir, no ultimo dia rolou um lual com pessoas desconhecidas e por aí vai, enfim, foi interessante. Dormimos as 4h, acordamos hoje as 7h, andamos muito e eu ainda não dormi. Acho que vou fazê-lo agora.


Ouço: Poléxia - Eu Te Amo, Porra

Eu faço parte daquele seleto grupo de pessoas que é do time dos olhares... e se contenta com os tais olhares.