quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Sobre coisas que não me alegram

Ok. Você, leitor que tende a deprimir-se facilmente, não leia esse post. Principalmente se você tem algum tipo de laço comigo. Se você é que nem eu, aquele tipo de pessoa que não pensa pra não ficar triste e deixa pra pensar nas coisas tristes quando elas acontecem, pode ler.
Bom, hoje fiquei bastante triste ao ver o dia, 06/02, dia 16/02 eu estou indo embora. Dez dias pra eu aproveitar a minha terra. Está tudo tornando-se mais real, partir não é mais um motivo pra eu fazer as loucuras que eu nunca fiz, é motivo pra eu pensar o que vale a pena eu fazer, motivo pra eu pensar com quem quero ficar nesses ultimos dias, quem eu quero aproveitar. Agora ouço "vá descobrir como você vai embora: avião, carro ou ônibus?", ouço "precisamos comprar as ultimas coisas".
Meu cérebro ainda não consegue assimilar a realidade, ainda vive naquele estado "vamos fingir que nada acontece, vamos aproveitar o máximo, na hora de ir embora pensamos nisso, na hora de ir embora, ouviu bem?". Mas ele já começa a pensar nas despedidas, no que eu quero falar pra certas pessoas, se você ouvir alguma coisa bonita antes de partir saiba que eu tenho pensado muito em você ultimamente.
Eu faço parte daquele seleto grupo de pessoas que precisa de amigos, mas não acredita na amizade, esse grupo é de fato bem seleto. Acho que amigos sempre podem te decepcionar, muitos amigos já me decepcionaram na vida. Eu já decepcionei muitos amigos. Mas por incrivel que pareça eu sempre tenho, ou preciso de, alguem muito importante perto de mim. Eu não tenho o hábito de classificar amizades. Digo que alguns são conhecidos, os outros são as pessoas que amo. Nessas pessoas que tenho pensado, mas fugido de pensar nelas, pois lembro que estou partindo.
Acho que está na hora de abrir os olhos, enfrentar esse medo que eu escondo, pois eu sou craque em esconder medos. Pretendia esconder até dia 15, véspera da minha ida, mas acho que seria covarde. Estou perdido de novo, hoje não estou triste e estou escrevendo sem sentir nada de ruim. Na verdade sinto cada vez mais vontade de ver certas pessoas. Estranho, pra variar um pouquinho.
Se você, leitor deprimido, leu tudo, não me culpe, na segunda frase eu disse pra você não ler. Saiba que eu fiquei feliz em saber que você ficou deprimido, não porque sou cruel, mas porque fico feliz em saber que alguem se importa comigo e não queria me ver partir. Aliás, só porque vou partir não fuja de mim, seria bastante "anti-amigável", pois antes de festas de véspera ou loucuras enquanto temos tempo, quero você por perto.


Ouço: Jon And Vangelis - Anyone Can Light A Candle

Eu sempre fui maduro, mas infantil, ultimamente tenho sido imaturo e infantil. Chegou aquele momento em que imaturidade não cola mais, aposto que depois de velho ainda serei criança.