sábado, 20 de novembro de 2010

Arte, cultura e conhecimento

Minha vida é cheia de arte. Mas acho que isso não quer dizer nada, quer? Eu digo, sou escritor, tá, eu escrevo, eu leio, eu ouço música, eu assisto webdocs, eu assisto timelapses, eu assisto curtas, eu assisto animações, eu vou ao museu e gosto de ver galerias pela internet, seja do que for. Mas isso quer dizer alguma coisa? Escrever quer dizer que eu penso mais do que o cara que não toca numa caneta nem para assinar o nome? Assistir tudo o que eu assisto me faz mais culto que o mendigo bêbado da rua? Afinal, até onde a arte nos leva, no quesito "evolução humana"? As vezes acho que estou aqui, matando tempo. Enquanto podia estar estudando, estou assistindo seriados (que no fundo também é arte), estou em blogs que fazem referência a arte, estou ouvindo música e descobrindo coisas novas. Eu estou sempre cavando o mundo artistico afim de descobrir uma vida nova, novos conceitos e novas experiências. Mas isso me faz mais humano? Até onde a arte nos leva? Aliás, eu posso me chamar de escritor? Que droga...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Eu não preciso de você

Eu queria contar para todo mundo. Gritar para um Brasil as minhas histórias. Queria que o planeta inteiro soubesse da minha primeira vez. Você nos meus braços, ou eu nos teus, depende do ponto de vista. E nós dois no escuro, sentindo calor, sentindo o perigo e errando de novo. Era a primeira vez que eu sentia de novo. Eu só queria gritar e fazer você ouvir. E era a primeira vez pela vigésima vez ou trigésima, eu sou péssimo em matemática, quando relacionada a minha vida. Acho que fecho minha memória e acabo esquecendo tudo, as dores, os amores, as primeiras vezes. Por que eu tenho que sempre fazer o mesmo drama? Pela primeira vez eu estava certo que tinha que haver algo mais. Eu estava morto e agora estava vivo de novo. Pela primeira vez, de novo, eu sorri, errando e fazendo a coisa certa.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Agrupamento social

A sociedade individualiza cada um de seus constituintes. Fazendo com que o todo se divida em um só. A multidão é cada ser humano, com seus sonhos e defeitos e memórias e loucuras. Cada ser humano uma mente pensante. E cada ser pensante, pensando no todo, ou seja, na sociedade. Como fazer a sociedade progredir. Como fazer com que a sociedade goste do ser pensante. Como a sociedade está agindo sobre cada um desses seres. A sociedade individualiza cada ser pensante, mas, indeferivelmente, organiza seus indivíduos de forma a que eles formem um grupo de semelhantes. E cada um, cada indivíduo, deixa de ser único e especial, afinal é igual a todos os outros seres pensantes do seu grupo social.

Aqui em casa, somos quatro. Um é o arquiteto, o chefe da família. O Chefe pensa como um executivo em decadência e extremamente estressado. Os chefes de família são assim, estressados e preocupados. Muita gente é assim. Outra é a administradora. A Administradora pensa como uma administradora, o que é a coisa mais comum, afinal o indivíduo pensa e age de acordo com a sua ocupação social. O Chefe só não pensa como arquiteto por ser, acima de tudo, o chefe da família. A Administradora está sempre a propor novos meios de empreendedorismo e tenta, de todos os jeitos possíveis, organizar o caos que é essa família. Mas o resto não está agindo como se essa casa fosse uma empresa, então a Administradora se empenha futilmente a obter lucro desse negócio mal sucedido. O filho menor é o estudante, que por um motivo específico teve de deixar de ser o estudante e tornou-se debilitado. O Debilitado age como um debilitado, pensa como um debilitado e está vivendo como um debilitado. As custas da boa vontade do tempo, espera que o mundo mude, enquanto ele não pode fazer muita coisa senão pensar positivamente sobre a sua verdadeira identidade, o Vestibulando.
Eu, o estudante de engenharia que de quando em quando escreve, sou o Escritor Decadente. O Escritor Decadente, como todos os outros escritores decadentes do país e do mundo, se propõe a ver e assistir o mundo em prol da sua literatura imaculada. Mas, infelizmente, o Escritor Decadente não sabe ou não se lembra de escrever, o que faz dele um Engenheiro Desempregado.

Todos os indivíduos, com os seus pensamentos e teorias e sentimentos, são semelhantes a indivíduos de um mesmo grupo. Os Chefes estressados, os Administradores ocupados, os Debilitados desanimados e os Escritores Decadentes pensando sobre a sociedade e sobre cada cabeça, sobre cada ser pensante.

Pensando bem, que besteira...