quinta-feira, 11 de agosto de 2011

De mãos dadas

passava as unhas pela minha mão
com a mão direita, acariciava as costas
com a esquerda, a palma
e subia até os dedos
e com os dedos
apertava os meus
como se fossem plástico bolha
e fizessem ploc
ploc
ploc
e essa coisa estranha
que explodia nos ossos das pontas dos dedos
me corria os ossos das mãos
e dos braços
e encontrava a minha coluna
e eu descobri que finalmente estava pronto
para pular de um precipício
ou para queimar a minha carne
ou me afogar
por um bem maior