domingo, 30 de março de 2008

Sobre coragem

Ok. Tempos que não escrevo aqui. De vez em quando é falta de tempo, de vez em quando é falta de texto. Às vezes é falta de coragem.
Falta coragem pra escrever, pois às vezes quero escrever coisas fortes. Coisas do tipo "sobre uma mãe e um irmão decepcionados", "sobre um pai desrespeitado", "sobre amor e ódio", "sobre amizade", "sobre os meus textos", "sobre crônicas", "sobre Hoje".
Tenho um monte de coisa pra escrever, mas nada pra dizer, por isso deixo de escrever. Quando meu desejo de escrever voltar, minha imaginação deixar de estar bloqueada, eu ter coragem volto a escrevinhar.
Me falta coragem pra falar umas poucas e boas, além de insultar me falta coragem de pedir desculpas. Quero muito me desculpar, mas as palavras não saem. Sem revolta e sem tristeza fico sorridente por aqui, tentando aproveitar ao máximo, rindo, sorrindo e gargalhando. Aprendi a gargalhar longe de casa.
Fico por aqui leitor, uma breve nota, só para você entender o motivo do abandono. Sinto saudades do meu povo, alias, obrigado pela Páscoa, meu povo.

sábado, 22 de março de 2008

Sobre perdas

Ok. Acho que é sobre isso que quero escrever. Meu cérebro pede desabafo. Também pede choro, grito, mas não trabalhamos com dramas. Perder é básico, assim como odiar, se apaixonar, sorrir e chorar. Todo ser humano vai perder, independente do que seja. Sempre gostei de ser o objeto perdido, me faz importante, aquela baixa auto-estima que infla superfluamente por qualquer coisinha. Fui embora e me perderam, passou o tempo e vi que ninguem me perdeu. Perdido eu voltei, voltei e me perdi mais. Perdi não só meu eu, mas de tudo um pouco, definições de importancia mudaram de contexto, deixaram a importancia de lado ou mostraram-se ser não importantes. Também notei a importancia de coisas novas.
Larguei o sorriso quando cheguei aqui, aquele sorriso que escrevi outrora, sorriso apenas por sorrir. Cheguei e sorri, sorri por felicidade, não por sorrir. Tá, poderia ter sorrido bem mais, mas eu não sorri tanto devido a uma cólica que não conhecia o motivo. Depois de conhecer o porque da tal cólica minha barriga parou de doer. Durou pouco tempo pra dor voltar. Quando penso sinto uma ardencia no abdomém, na realidade são as típicas borboletas do estômago. Só não são borboletas normais, são borboletas furiosas, que borbulham dentro de mim, corroendo o que tenho aqui. A cólica era um sintoma da dor da perda.
Acabei me acostumando a perder, perder batalhas, perder minha cama, "perder" amigos (pois alguns eu perdi, outros apenas me distanciei, e outros a distancia não nos distanciou), perder amores, perder família. Defini a perda como motivo de amadurecimento, amadurecer, pois ao perder você dá valor, o real valor, perder também te faz mais sozinho e é sozinho que você aprende as lições mais dolorosas, aquelas que ninguém te conta.
Escrevi sobre perdas pois é sobre perder que acabei de pensar, não é por eu ir embora hoje, mas por perder tanta coisa e me sentir perdido, sem rumo, sem caminho, sem carinho. Sozinho.

Feliz Páscoa.

Sobre escrever

Ok. Cheguei a conclusao que não sei escrever. Sei pensar, penso muito. E todo dia penso sobre o que irei escrever. Se tudo o que eu pensasse fosse escrito meu blog seria enorme e interessante, digo interessante por achar que penso coisas interessantes. Acontece que sou um bom pensador, mas minha memória não me permite ser nada além de um bom pensador, acabo sendo um péssimo escritor. Meu textos não tem começo nem fim, assuntos não interessantes, palavras repetidas, pontos e vírgulas denotando uma enrolação aparentemente construtiva.
Fico por aqui, pois de mil textos que escrevi na mente durante o dia só esse consegui lembrar.

Obrigado pela atenção.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Sobre o lacrimejar

Ok. Parece meio farsante o que vou dizer aqui. Aconteceu assim, ao receber o abraço eu lacrimejei, duas gotas sairam de mim. Aconteceu assim, senti aquele cheiro doce, uma gota saiu de mim. Aconteceu assim, o dia todo, um carinho, um suspiro, um olhar. O olho doia, pedindo o choro, chorar pela felicidade.
Aconteceu assim, nota-se que a distância é clara, com tanta clareza nota-se a dificuldade de uma relação, e os olhos não arderam. Ardeu a garganta, querendo berrar algo assim "se ele pode lacrimejar de felicidade, porque não pode chorar de tristeza?!".
Aconteceu assim, lembra daquelas tristezas que guardei numa caixola? Essa tristeza era uma e eu previa muitas outras tristezas.

Acontece assim, ouvir em loop uma música, e esperar o tempo passar, que passe bem, que passe rápido.

Ouço: As Tall As Lions - Into The Flood

quarta-feira, 19 de março de 2008

Sobre o curitibano

Ok. Moleque sai da cidade grande e vai pro interior. No interior ele é, primeiramente, paranaense. Depois de um tempo vira curitibano, não é só paranaense, veio da capital. Todos queriam conhecer os seus conterrâneos, já o curitibano só enxe o peito e diz, com um certo orgulho exagerado, "sou curitibano" e não está nem aí pra conterrâneos.
Vem um sujeito do interior, simpático como o curitibano não é, alias, curitibano que é curitibano não gosta de gente simpática, enfim, o do interior, na maior das simpatias, quer apresentar outro curitibano pra este que vos escreve. Não sei o que diabos o do interior esperava que eu fizesse com um outro curitibano. Era pra ficar feliz?
O curitibano, vulgo eu, sempre foi cagão, mas se acostumou com a cidade. Aqui passou a caminhar sozinho, ao som da chuva na noite assombrada desse protótipo de favela. Casas de alvenaria, mas mal cuidadas, pessoas mal vestidas e funk (ah, descobri que funk é crime, disserto sobre o assunto mais tarde), tudo pra assustar. O curitibano anda por aí, sozinho, sem se preocupar com os perigos. Se fosse na cidade natal o sujeito morria, mas aqui não. Agindo como quem acha que em cidade "pequena" não existe violência anda despreocupado.
Sem medo gostei de andar no escuro. Sentia falta dele, é no escuro que eu me enxergo melhor. Ao som das gotas e dos trovões me sinto bem. Sozinho como sempre quis estar, sem chorar nem sorrir. E o curitibano passa a se divertir com pouco... ou com nada... passos.
Sabe as dores que o curitibano trazia? Cercou-as e guardou numa caixóla, cansou de tentar chorar, de querer sofrer, passou a viver as coisas novas.
Ah, as novidades, não fui preso, como achei que seria, devido ao exército. Também fiz a barba, não assusto mais as pessoas.
Na cidade do interior de São Paulo, sozinho, o curitibano diz, orgulhoso "sou de Curitiba e amo minha terra".

Ah, que saudade do meu povo, até amanhã.

domingo, 16 de março de 2008

Sobre o sorriso

Ok. Sempre gostei de sorrir, por mais falsamente que fosse. Sorrir pra me mostrar feliz, sorrir pra deixar os outros felizes, sorrir pra esbanjar sensualidade, sorrir pra demonstrar ironia e sarcasmo. Sei que o sorriso não me vale muito aqui, não preciso me mostrar feliz, não preciso deixar os outros felizes, não preciso esbanjar sensualidade nem demonstrar ironia e sarcasmo. As antigas e tão valorosas expressões deixam aquele ar de importância pra um simples sorriso. Sorrir por sorrir, por acordar, por dormir. Só sorrir, sem um porque, só pra assustar a tristeza e a solidão. Solidão aquela que antes me assombrava, agora me aconchega. A solidão me fez lembrar de quem eu realmente era: egoísta, individualista... e mais alguns istas que não estão na lista. O egoísmo me fez sorrir de novo, me fez um pouco mais revoltado, mas acabei sorrindo em meio a revolta. O mundo não quer girar em minha volta. Daí a solidão olha sorrateiramente, sorrindo de canto de boca, como quem diz "vem comigo, eu te dou abrigo, te dou conselhos, te dou companhia". Me canso dessa baboseira, desde quando solidão dá companhia?
A chuva cai, demonstrando o meu humor. Humor sombrio, mas não carregado de tristeza, carregado de sorrisos e indecisões. Perguntas não elementares, duvidas não freqüentes. Só estou salvo pelo egoísmo, ser Rei ainda é uma boa idéia, ser Rei me torna um pouco mais poderoso, mais forte. E Rei que é Rei não é solitário, tem seus vassalos, por mais desgostosos da vassalagem que eles sejam... Solidão, decidi não te escutar.
Espero até o feriado pra deixar de ser Rei, pois lá a solidão não me alcança. Que assim seja, sorrir até lá, esperando tudo de bom, tudo do bom e do melhor. Esperando que o mundo queira girar em volta de mim. Pra depois deixar de sorrir... tudo a seu tempo. Preocupo-me com o que devo me preocupar.

sábado, 15 de março de 2008

Sobre Dionísio

Ok. Chamem Dionísio, Deus do vinho, patrocinador das boas festas! Isso mesmo, chamem Dionísio! Temos muito a festejar. Festejar a vida, não a nossa, mas de alguem especial.
Dizem por aí que aniversário não deve ser comemorado, pois é menos um ano de vida, um ano mais próximo da morte. Tolo quem pensa assim. Aniversário é a marca de mais um ano completo, e por pior que tenha sido esse ano, sempre haverá novas experiências, sempre aprende-se coisas novas. Quando bem aprendidas os aprendizados viram sabedoria, excesso de sabedoria leva a experiência e a maturidade. Então aniversário é uma data onde comemora-se a sabedoria, a experiência e maturidade.
Então festejemos essas qualidades adquiridas. Sempre bom estar acompanhado de pessoas experientes e maduras, essas pessoas tendem a acalmar e tranquilizar as outras que estão ao redor. Festejamos o que passou, a felicidade, a saúde, o amor, as amizades, mas eu,além de festejar, vou rezar por aqui. Rezo para que coisas boas aconteçam no seu futuro, rezo pela sua felicidade, pela sua saúde, pelo seu amor (e pelo meu também, pelo nosso amor), pelas suas amizades, pela nossa amizade. Rezo para que tudo isso dure pra sempre. Rezo que esse "novo ano" que começa hoje signifique novas experiências, novos aprendizados, rezo por um ano bom, para que no aniversário seguinte você possa festejar e agradecer por tudo novamente.
Chamem Dionísio! Festejem por aí que eu festejo por aqui!

Parabéns Nessinha, amo muito você.


Ouço: Travis - Closer

"E quando eu vejo você
Então eu sei
Tudo isso estará perto de mim
E quando eu preciso de você
Então eu sei... Você estará lá comigo
Eu nunca vou te deixar
Só preciso estar mais perto"

(Aliás, acho o cachorro deveria se chamar Dionísio, o nome combina com ele :D)

sexta-feira, 14 de março de 2008

Sobre resultados

Ok. Estava pensando agora a pouco. Resultados mudam a vida de uma pessoa. Até semana passada estava tendo os piores dias da minha vida. Tive um final de semana sossegado, fiz uma prova boa, obtive resultados que me agradaram.
Passou essa semana, gostei dela, sempre contente, acho que a felicidade me reencontrou, o que um bom resultado não faz na vida de uma pessoa não?

Só isso, contar que hoje foi um dia bom, e assim vai... assim vou.

Ouço: Tristeza - Balabaristas

quinta-feira, 13 de março de 2008

Sobre mais uma madrugada

Ok. 1h da manhã, mais ou menos. Foi assim:
"Nesse exato momento posso constar para você, leitor, que uma parte de mim morreu hoje. Ela deve ter morrido lá pelas 22h. Quando essa parte morreu me senti fraco, perdido, quis ligar pra alguem, mas não tinha nem o que falar. Lutei contra esse medo de ter morrido e voltei a estudar. Céus, como rendeu! Sei que depois de muito tempo pensei, sem querer, sobre a minha morte. Comecei a suar, ficar nervoso e pensei "Hora de escrever!". Não entendi o motivo, mas aqui estou eu, sem uma parte de mim, escrevendo contente na solidão da noite. Agora me pergunta que parte morreu... Ótimo! Agora respondo eu: estava me perguntando a mesma coisa. Tomei estranhos e inesperados tapas da vida: "3 semanas já passaram! (tapa) Todos estão mudando! (tapa) Não durma! Não se empolgue! Não admito desculpinhas saindo dos teus lábios! (mais tapas)" Cruel vida, pensei eu, mas por que cruel se a vida quer me esculpir no que eu sempre quis ser? Depois de morto quero acreditar que vi tudo, então quero surpresa, mostre-me algo que eu nunca vi, me faz sentir o que nunca senti, depois podemos sentar numa mesa de bar junto ao Jose e discutir se o que morreu fez falta. Ah, bela pedra no meu peito, é pesada, mas é preciosa, tô bonito e tô feliz.

Consto para você, leitor, morreu, mas me fez um beeem...."

Ouço: The Killers - When You Were Young

terça-feira, 11 de março de 2008

Sobre o não-usual

Ok. Tive um final de semana diferente dos outros. Você leitor, que não é chegado no meu blog por ter apenas meus choros, fique feliz, porque hoje falo coisas boas. Explico o motivo de eu chorar aqui, primeiramente: a falta de ter pra quem chorar as mágoas. Não é exatamente a solidão, mas é dificil falar coisas do coração pra pessoas conhecidas a curto prazo.
A unusualidade do final de semana começou na sexta feira, estudei pouco pois teria aula no sábado de manhã, até aí tudo normal. Exceto pelo fato de eu ter estudado português, ano passado não estudei português em nenhum momento. Deitei mais ou menos meia noite e tive insonia, daquelas que eu escrevi logo no começo do blog. Tempos que não sofria de insônia. Demorei umas 2h pra dormir. Dia seguinte, aula de manhã, aula interessante, divertida. Alias, passei a gostar do curso, amo as aulas, ou quase isso. De tarde o povo brigou, discutiu, não entrei na briga por falta de vontade. Faltou vontade também pra estudar.
Falo sobre a minha falta de vontade de estudar. No sábado tive o dia mais feliz, alegre, contente, aqui no alojamento. Foi bom, porque não foi ruim, foi inútil, mas ao mesmo tempo diferente. Fiz compras de mercado, sentei com os pés na piscina, nada demais, mas o necessário pra me deixar bem.
Domingo não foi um dia muito diferente. Fiz uma prova, onde não tinha nem idéia como fui. Dormi das 13h as 16h15, descansado não quis me cansar. Fui vadiar, vadiei, vadiei, vadiei e fui pra lan. Mistura de bom e ruim, internet ruim, mas falar com pessoas que me importo me deixou feliz. Chorar as mágoas como não chorava a tempos me aliviou um pouco mais.
Diferente mesmo foi ontem, descansado como nunca devido ao final de semana acordei de bem com a vida, nunca acordo feliz. Acordei e ouvi que faltavam 9 dias pra ir embora. Que alegria! Aula foi divertida, o dia foi feliz, por mais normal que ele tenha sido. Aliás, o resultado da prova saiu, de 223º fui pra 99º colocado. A Dna. Daisy e eu tivemos uma conversa de meros 51 minutos na qual ela começava com um: você está querendo desistir? E eu pensei: Qual parte de subi 124 posições e estou alegre você não entendeu. Depois dessa parte tivemos a usual conversa alegre mãe-filho. Estudei, rendeu como não rendia a tempos. Liga-me a minha namorada, uma conversa rápida, mas que me rendeu um sorriso no rosto, completo estava meu dia, podia dormir feliz.


Ouço: Sigur Rós - Sé Lest

domingo, 9 de março de 2008

Sobre o agora

Ok. Postei a uma hora atrás, nem isso. Mas estamos falando sobre o agora, agora eu quero escrever. Escrever sem sentido algum, simplesmente bater nas teclas. Bater, como quem bate para aliviar as dores. Dores e sentimentos ruins que pedem gritos, explosões. Explodir parece usual, mas como posso eu explodir longe do meu canto? No meu canto posso gritar, posso chorar, posso esmurrar o travesseiro. Longe de lá posso fingir que está tudo bem. Fingir que por um momento estou bem. E estaria ao ouvir a voz de quem me diz palavras doces.
O problema não são mais as palavras, é ouvir. Abrir os ouvidos esperando algum som, fantástico som que mude meu humor, mas não soa nada, nem como música, nem como escarro, soa como o silêncio. O tão, antigamente, amado silêncio, hoje é assustador. O silêncio bate em minha porta, coloco meus fones de ouvido e espero um pouco de sossego. Entra em minha mente em forma de pensamentos que me doem. Dor infinita, que atrapalha, não machuca. Maldito silêncio.

Maldição, 2 minutos, fico sem conclusão, das minhas palavras que não tiveram começo e nem meio, pra que final alias?

Sobre o cansaço

Ok. Todas as minhas palavras soam como arte, mas não é arte que quero dizer. Então uso a arte alheia pra dizer o que eu quero.

"O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto, nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas -
Essas e o que faz falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada -
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E ah, com felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço..."

Fernando Pessoa - Álvaro de Campos

sábado, 8 de março de 2008

Sobre "Duas Doses, por favor"

Ok. Era mais ou menos assim:
 
"Duzias De Dáblios Driblam a minha Demência.
Divinos Dáblios que Dobram minhas Dúvidas.
Distantes viram Dor. Dor De amor, Dor De saudade.
Dor da lembrança Daqueles Dias Deliciosos.
 
.. Ah, mais que Dúzias De Dáblios."
 
Ontem senti falta do teu cheiro, hoje sinto falta do teu abraço.

quarta-feira, 5 de março de 2008

Sobre a madrugada de ontem

Ok. Era uma madrugada normal, estudar na sala de estudos. Monótona sala de estudos. Um belo momento, depois de fazer alguns exercícios empolgadamente, chega um monitor. Diz que eu estava gritando, me trata como se eu estivesse atrapalhando. Eu perdido não entendi nada, ele usou o sarcasmo pra desviar a minha falta de entendimento. Enfim, não entendi, ele simplesmente foi embora. Eu me desconcentrei.
Desconcentrado resolvi escrever, levando em consideração que escrever aqui no blog demora, resolvi escrever numa folha de caderno. Foi mais ou menos assim:
 
"De vez em quando preciso falar o que sinto pra alguem. De vez em quando não quero falar sobre isso. E quando quero ninguem pode me escutar. Sei que ninguem iria me escutar, mesmo se estivesse em casa, não às 2h da manhã. Estranho é eu querer acreditar que se eu estivesse em casa tudo seria simples, agradável. Não me contento em sobreviver, queria viver, do jeito que vivi as férias. Não digo as loucuras, mas o amor, a paixão, a intensidade.
Por quanto tempo ficarei fingindo que tento gostar daqui? Eu não tento. Esse lugar simplesmente me enoja. Não porque vivo mal, até deveria gostar, pois ele é o caminho para o meu futuro. Mas me enoja por representar a mudança que foi imposta em minha vida. O futuro tomando conta do presente.
Presente, todo mundo gosta de presente, ganhamos presentes nas datas comemorativas. Se presente fosse ruim não chamaria presente. Enfim, eu fui presentiado com a vida, sabia que isso aqui uma hora ia chegar, tirando o presente das minhas mão, me dando o futuro. Só não esperava essa transição estúpida.
Perdido no tempo, no mundo, na vida, em mim mesmo, me pergunto por que o futuro demorará 30 semanas pra chegar? Me pergunto, também, por que o presente me foi tirado a 2 semanas atrás? Mais que desnorteado pergunto uma última coisa: Onde estou? Estou na adolescência do tempo, não mais na minha. Aliás, quem sou eu pra reclamar da situação que estou, se sou um puta sortudo em vivê-la? Sou um perdido. Querendo acreditar que o presente e o futuro me são bons, mas a transição não me serve. Um bocado contraditório.
Sempre querer vencer, sem lutar, mas quem não quer viver assim? Quem não gosta de sobreviver à semana para viver o final dela? Incrível é eu não ter nem esse luxo. Passo a sobreviver por sobreviver, não para o sábado chegar, nem pro próximo domingo livre. Só tento sobreviver ao próximo feriado. Pra depois sobreviver ao próximo de novo.
Por que tenho que lutar? Sempre soube que seria assim, mas me parece um pesadelo acordar sozinho. Tenho que lutar, mas nunca fui um bom lutador. Não me importaria com a pressão se tivesse você do meu lado. Quando vou encontrar meu futuro? Meu destino? E a minha família? Minha casa? Meu amor? Meus amigos? Onde estou indo?
Tento pensar nos dias bons pra não fraquejar e levantar. Levantar de novo e mais uma vez. Banal o jeito de eu reclamar, mas é assim que sou, reclamo, peço por mais, peço por algo, estou sempre querendo mais e mais.
 
Dai-me forças, dai-me o que quero, pois tenho uma longa listas de desejos."
 
Acordei mal humorado hoje (droga, hoje não tem ninguém pra corrigir o meu mau-mal). Tudo bem que acordo mal humorado todos os dias. Enfim, vou me arrumar pra ir pra aula.