domingo, 16 de março de 2008

Sobre o sorriso

Ok. Sempre gostei de sorrir, por mais falsamente que fosse. Sorrir pra me mostrar feliz, sorrir pra deixar os outros felizes, sorrir pra esbanjar sensualidade, sorrir pra demonstrar ironia e sarcasmo. Sei que o sorriso não me vale muito aqui, não preciso me mostrar feliz, não preciso deixar os outros felizes, não preciso esbanjar sensualidade nem demonstrar ironia e sarcasmo. As antigas e tão valorosas expressões deixam aquele ar de importância pra um simples sorriso. Sorrir por sorrir, por acordar, por dormir. Só sorrir, sem um porque, só pra assustar a tristeza e a solidão. Solidão aquela que antes me assombrava, agora me aconchega. A solidão me fez lembrar de quem eu realmente era: egoísta, individualista... e mais alguns istas que não estão na lista. O egoísmo me fez sorrir de novo, me fez um pouco mais revoltado, mas acabei sorrindo em meio a revolta. O mundo não quer girar em minha volta. Daí a solidão olha sorrateiramente, sorrindo de canto de boca, como quem diz "vem comigo, eu te dou abrigo, te dou conselhos, te dou companhia". Me canso dessa baboseira, desde quando solidão dá companhia?
A chuva cai, demonstrando o meu humor. Humor sombrio, mas não carregado de tristeza, carregado de sorrisos e indecisões. Perguntas não elementares, duvidas não freqüentes. Só estou salvo pelo egoísmo, ser Rei ainda é uma boa idéia, ser Rei me torna um pouco mais poderoso, mais forte. E Rei que é Rei não é solitário, tem seus vassalos, por mais desgostosos da vassalagem que eles sejam... Solidão, decidi não te escutar.
Espero até o feriado pra deixar de ser Rei, pois lá a solidão não me alcança. Que assim seja, sorrir até lá, esperando tudo de bom, tudo do bom e do melhor. Esperando que o mundo queira girar em volta de mim. Pra depois deixar de sorrir... tudo a seu tempo. Preocupo-me com o que devo me preocupar.