sábado, 22 de março de 2008

Sobre perdas

Ok. Acho que é sobre isso que quero escrever. Meu cérebro pede desabafo. Também pede choro, grito, mas não trabalhamos com dramas. Perder é básico, assim como odiar, se apaixonar, sorrir e chorar. Todo ser humano vai perder, independente do que seja. Sempre gostei de ser o objeto perdido, me faz importante, aquela baixa auto-estima que infla superfluamente por qualquer coisinha. Fui embora e me perderam, passou o tempo e vi que ninguem me perdeu. Perdido eu voltei, voltei e me perdi mais. Perdi não só meu eu, mas de tudo um pouco, definições de importancia mudaram de contexto, deixaram a importancia de lado ou mostraram-se ser não importantes. Também notei a importancia de coisas novas.
Larguei o sorriso quando cheguei aqui, aquele sorriso que escrevi outrora, sorriso apenas por sorrir. Cheguei e sorri, sorri por felicidade, não por sorrir. Tá, poderia ter sorrido bem mais, mas eu não sorri tanto devido a uma cólica que não conhecia o motivo. Depois de conhecer o porque da tal cólica minha barriga parou de doer. Durou pouco tempo pra dor voltar. Quando penso sinto uma ardencia no abdomém, na realidade são as típicas borboletas do estômago. Só não são borboletas normais, são borboletas furiosas, que borbulham dentro de mim, corroendo o que tenho aqui. A cólica era um sintoma da dor da perda.
Acabei me acostumando a perder, perder batalhas, perder minha cama, "perder" amigos (pois alguns eu perdi, outros apenas me distanciei, e outros a distancia não nos distanciou), perder amores, perder família. Defini a perda como motivo de amadurecimento, amadurecer, pois ao perder você dá valor, o real valor, perder também te faz mais sozinho e é sozinho que você aprende as lições mais dolorosas, aquelas que ninguém te conta.
Escrevi sobre perdas pois é sobre perder que acabei de pensar, não é por eu ir embora hoje, mas por perder tanta coisa e me sentir perdido, sem rumo, sem caminho, sem carinho. Sozinho.

Feliz Páscoa.