domingo, 24 de fevereiro de 2008

Sobre como eu seguro as lágrimas

Ok. Lembro que quando meu pai foi embora, um pouco mais de um ano atrás, eu não chorei por algum tempo, um belo dia ouvi Elliott Smith - Last Hour com a mãe, choramos muito, muito, muito. Quando eu estava chorando no ônibus indo embora essa música tocou. Me senti bem, um homem, seguindo seu caminho, mas me senti perdido, sozinho.
Assim como chorar na partida do pai, chorar de saudades não acontece. Não sofri de saudades intensas, sofro de detalhes. Estou estudando, olhando o céu, escutando a chuva, certas músicas, certos comentários, certas histórias, detalhes que me fazem me lembrar de pessoas que eu deixei. Nesse momento eu quero muito chorar, mas não o faço, porque lembro dos bons momentos, lembro de loucuras, de fofocas, de histórias, de cagadas, de buzinas e volto a sorrir. Aprecio o momento de "estou sentindo o que sentia com eles" e fico alegre. Volto a estudar como se nada de ruim aconteceu.
Hoje está sendo um dia excepcionalmente ruim. Não estudei de tarde, visitei o shopping. Descontrair não significa ficar feliz. Sai para descontrair, me irritei, me estressei, quis correr prum computador conversar com todos, mas acabei ficando preso naquele maldito lugar. Agora todos estão num show, que, com certeza, eu estaria junto, aproveitando a vida como ela tem que ser aproveitada.
Fiz a primeira prova, esperava ir super bem, fui super mal. Grande coisa não é mesmo? É só o começo. Palavras animadoras, que me fazem pensar, como eu nunca pensei, quero ir pra casa. Quero muito, mas muito mesmo, minha casa. Fico me perguntando o que eu faço aqui, sofro, não durmo, sinto saudades. Lição pra vida? Pode ser, dou valor pra quem está longe. Podia ser assim, só dar o valor e eu poder voltar. Acho que agora até me contento com uma Federal da vida, todo mundo luta por uma Federal, por que eu não posso me contentar com uma?
Eu estou estudando e faço um carinho no meu braço, lembro das unhas da Nessa me acariciando, continuo, em busca de boas lembranças, faço carinho nas costas, lembro da mãe. Com um simples carinho eu vou pra casa, até eu cansar minha mão e voltar a realidade. Eu sinto cheiros doces, ouço vozes que quero ouvir.
Eu me esforcei, mas não surtiu muito efeito. Acho que cursinho não faz mais parte de uma opção da minha vida. Faz parte de uma tecla que eu continuo batendo. Meus dedos, já latejados, doem, quase se quebram. Eu acho que é racional parar quando é preciso. Será que espero que eles definitivamente quebrem? Ou vejo que todo o sangue em minhas mão tem sido em vão e finalmente desisto?


Ouço: The Album Leaf - Always For You

Eu achei que já tinha me decepcionado o bastante, achei que já tinha sentido sono de verdade, achei que já tinha chego no meu limite, achei que já tinha sentido saudades.
Tudo é novo, mas não quero nem lembrar, quero lembrar do que é bom. Semana passada parece que foi a muito tempo atrás. Vendo minha vida pela minha cama, vendo minha alma por sexo (um pouco de sarcasmo pra deixar o post mais feliz).