sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Sobre a minha promessa

Ok. Eu vou postar, antes que me passe a revolta. Acabei de acordar, estou explodindo em emoções. Então vou contar sobre as minhas revoltas.
Quando eu era criança, digo, um pouco mais que um pré-adolescente, as drogas estavam na minha frente. Álcool, cigarro, maconha, clorofórmio, lança-perfume. Eu nunca fui chegado em drogas, fui educado à não me interessar por nada disso. Passou um tempo eu comecei a beber, não por desejo, não por necessidade, você conhece quantas pessoas que não bebem? Acho que devo conhecer meia duzia. Comecei a fumar, pois meu pai fumava, era mais um jeito de mostrar pra ele "eu posso parar quando eu quiser, mas só vou parar quando você parar"... ele nunca parou de fumar, nunca ninguém descobriu que eu fumava. Conheci alguém que me apresentou a religião, eu larguei as drogas para rezar. Eu rezei bastante.
Hoje beber e fumar não é mais proibido na minha idade. Não existe mais aquela história de "menor de idade". Então, antes do que nunca, beber se tornou mais normal. Antigamente todos bebiam, mas era proibido. Hoje todos bebem, mas ninguém está fora da lei. Nessas férias, desde o primeiro dia, fiz as mais variadas loucuras: sexo, drogas e rock'n'roll. Queria fazer as loucuras que eu nunca fiz, queria aproveitar meus últimos momentos, pois sabia que ia embora. Nessa vida de sexo, drogas e rock'n'roll aprendi uma coisa: mentir. Mentir se tornou a coisa mais normal na minha vida. Poucas pessoas ouvem a sinceridade de mim. A mentira é um dos problemas que eu não esperava nas férias. Muita coisa aconteceu, dessa muita coisa eu me arrependo de um terço dela, faria de novo mais um terço e me orgulho de outro terço. Me arrependo de toda mentira, me arrependo de ter acabado com a amizade que eu tinha com minha mãe e com o meu irmão. Faria de novo o primeiro absinto, faria de novo o primeiro James. E me orgulho da amizade fortíssima que eu adquiri, sou um sujeito não-sociável, difícil fazer novos amigos, mas eu fiz, me orgulho de ter me apaixonado do nada, me orgulho de ter me divertido.
Além de aprender a mentir eu aprendi coisas úteis. Poucas pessoas acreditam, mas eu aprendi o que é certo e o que é errado. Aprendi quem realmente vale a pena. E dando valor a pessoas que não merecem o meu valor fui perdendo as pessoas importantes.
Minha revolta é a seguinte: quando era proibido tudo era simples, bronca ali, bronca aqui; quando tudo virou dentro da lei virou um caos, não são mais broncas, são decepções, são pecados. Então fico me perguntando por que você ouve, quando começa com loucuras na pré-adolescência "um dia você vai poder fazer essas loucuras", eu lembro quando meu pai disse isso pra mim. Não que eu queira mais loucuras, já me cansei delas, quero só ficar com quem eu gosto nesses últimos dias.
Quero sossego, quero um dia que nem ontem, ficar abraçado vendo televisão, sem nada pra pensar, só viver. Cansei de brigar, de segurar choro, de ouvir coisas que eu achava que não merecia, de criticar, de reclamar. Quero conversar, quero sorrir, quero abraços, beijos e risos.


Ouço: Anberlin - Paperthin Hymn (acho que viciei)

Eu acho que cansei de pedir segundas chances.