segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Sobre o fogo (2008)

Acende a paixão
Num escarlate quente
Tão efervescente que dói.
Dói e queima.

Acende o cigarro
Num azul quente
Que fantasia as pessoas
Fascina com a sua magicidade.

Acende o desejo
Aquele desejo quente
Que espera o amanhã
Pois amanhã tem sempre mais.

Acende a dor
Que finge não estar lá
Mas queima de dentro para fora
Num sofrimento incontido.


Dele sobrou as cinzas
Os olhos esperando
A salvação, a felicidade, um cobertor
Pois o frio queimava, como o fogo queima.

E largou a infância
Esqueceu no passado
Num ontem tão distante
Que tornou-se um velho caduco.

Que acende o cigarro.
E espera o calor do fogo.