segunda-feira, 22 de junho de 2009

Orgulho

Ele disse: Pinta essas terras de vermelho! Precisamos largar essa comodidade de ter uma terra com cor de chocolate! Não somos mais crianças! Somos a revolução!
Todos olharam, perturbados com as palavras do sábio.
E tentou se explicar: Não quero sangue! Eu quero que voem daqui os não-orgulhosos!
E que tinha a ver? Alguém explica a exaltação do velho?
Eu queria ver a dança dos fantasmas! Ou achas que minha geração ainda está presente nos olhos dos teus olhos? Tornaram-se todos infâmes! Não lutam pelo amor, pelo povo, por nós! Lutam pelo sossego! Pela felicidade! O velho dizia, incorfomado da dúvida dos seus conterrâneos.
Um garoto levanta a mão, com medo da bengala do sábio, e diz rápido: Eu luto.
O velho se irrita, seus olhos ardidos ruboravam as faces de todos os presentes: Luta pelo quê? Pelos teus video-games? Pelos aviões que jogas no meio de uma aula em que teu professor tenta fazer que aprendas que o mundo não é só diversão? Pelas mijadas que faz nos muros dos vizinhos? Tu não lutas, moleque!
O garoto toma a razão, se levanta, e, de algum modo, fica três vezes maior que o velho. Bravou como leão: Eu luto pela razão, velho louco! Eu luto pela felicidade! Eu luto pela vida! Não luto pelas loucuras dos outros! Não luto pelos outros! Luto pelos meus pais! Luto por mim! E tenho orgulho da luta!
O povo vibra. O sábio olha para o seu público, que já elegerá um novo sábio, e abre suas asas. Ave negra, voa longe, que eu sou o orgulho.