terça-feira, 23 de dezembro de 2008

O Sombrero

Pois no post "Sobre o layout novo" eu disse que meu silêncio proibia que eu dissesse quais eram as semelhanças minhas e as da galáxia Sombrero. Bom, silêncio feito, hora de escrever. O Sombrero, como disse outrora, é uma galáxia morta, já que brilha por brilhar, não por ter um brilho próprio. Tudo o que resta para aquela galáxia é morrer, afinal faltou-lhe "força" para continuar a existir.

O Silka, este menino gracioso que vos escreve, é o Sombrero. Quando eu mudei de verde claro para azul escuro e a foto do pôr-do-sol para a galáxia, eu passava por um certo momento de exaustão. Digo melhor, a exaustão tomou o meu ano, mas naquele momento eu estava preparado para admitir a exaustão. E, meu leitor, eu admitir era raríssimo, hoje nem tanto. Admito ferindo o orgulho que eu tenha de ferir, conquanto que eu fale. Pois bem, comecemos por um dia que eu quis casa.
Era um dia normal, pelo que eu lembre, a unica diferença é que eu via que não tinha chances de passar no vestibular. Tudo bem, todos os dias eram assim, mas naquele dia de agosto eu conseguia dizer com essas palavras: "Eu não consigo"
Eu pensei que o meu lugar era esta cidade maravilhosa que é Curitiba, não há lugar mais belo, portanto eu tratei logo de abrir mão dos meus sonhos impossíveis, pois, acima da força do sonho, havia um complicador chamado possibilidade do sonho. A possibilidade era remota, a mesma possibilidade de o cometa Hubble ser atingido por outro asteróide, não é que o cometa foi atingido?
Então eu dei aquele toque usual pra Daisynha: "Madre, quero casa." Ela fingiu não dar bola, daquele jeito dela que me faz ter certeza das minhas atitudes. Daí me veio a força que eu precisava: a esperança dela. A mãe, talvez fosse pela palavra dos pais-de-santo nos terreiros de Umbanda, conseguia me ver dentro daquela Escola. E se ela conseguia, eu lutaria. Eu lutei, sem nenhuma esperança, lutando pra conseguir por ela, não mais por mim.

Há um problema em você se carregar numa esperança alheia: você morreu. Pode parecer metafórico demais, mas é verdade, é como ser uma galáxia morta, que não tem mais "força" para continuar a brilhar. Eu brilhei por ter algumas estrelas acesas, não por estar sempre criando novas grandiosas estrelas que me pudessem iluminar a minha desesperança.

Pois leitor, um dia eu disse que algo em mim morreu. Esse algo era a galáxia toda, o funcionamento das coisas. Eu morri faz tempo.