segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Monstro

O medo é a primeira sensação humana, a mais instintiva delas. Quando somos crianças criamos nossos monstros de modo a concretizar a abstração que é o medo. Talvez seja necessário que a criança tema seus monstros, já que o sentimento medo é tão presente, mas ao mesmo tempo tão complicado, portanto difícil de ser entendido por um pimpolinho.
Quando vamos crescendo, nossos medos vão sendo mais reais, mais vivos, ainda que menos concretos. Os monstros de outrora passam a ser situações: dinheiro, violência, dentre outros (dentre outros é: tenho preguiça de dar exemplos).
 
Quando eu era criança, meu monstro era o Velho-do-Saco. Ok, o monstro não fora criação minha, foi a vó que contava que o Velho pegava as crianças ruins. Pois eu tentava ser uma criança boa. Aliás, a vó também dizia que na presença das crianças boas os sábias cantavam, os sabiás adoravam cantar para os bons meninos. Pois eu tinha motivos prá ser bom: Velho e sabiás.
 
Quando eu sou esse moleque, meu monstro não é mais o Velho-do-Saco, ou o Monstro-da-Escada, ou fantasmas. Meu monstro é muito mais assustador. Eu costumo não pensar sobre, pois quem pensa sobre seus medos fica nervoso. Em meio de evitar a fúria das borboletas no estomago eu não penso. Acontece que estamos na véspera, é hora de pensar. Meu monstro vem me perseguindo durante esses três ultimos anos. Pois bem, já que não podemos fugir, lutemos.
 
Maldito vestibular...