quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Tortura

Estava de bem com a minha consciência, até me perguntar: "Mereço dormir?" Vi que o merecer não ia me dar respostar e mudei o verbo: "Tenho o direito de dormir?" Talvez, você, leitor, acredite que viva num país livre, portanto eu teria o direito de dormir, todos têm direito de dormir.
Não leitor, eu tinha vontade, direito eu não sei. E a vontade está muito abaixo do direito, quanto à hierarquia. Não importa se quero, o importante é se posso. Estava me faltando um sujeito que soubesse dos meus direitos como cidadão, ou melhor, como vestibulando pra me dizer o que me é permitido.

O problema em ser humano é ter consciência. Consciência mata, com certeza mata. Ou não?
Talvez não. Consciência é uma torturadora, não uma assassina. Uma torturadora inútil, diga-se de passagem, que de nada serve, pois não trabalha pra ninguém, nem quer nada de nós. Uma torturadora que é cruel, está ali só pelo prazer de ver sofrer.
Enfim, com ou sem direitos eu dormi. Agora me tortura a consciência. Tocando na mais profunda ferida minha: vestibular.