domingo, 5 de outubro de 2008

Nonsense

"Na crônica, tudo pode."
Robinson Bucci

Passei a procurar erros nas atitudes das pessoas, observando defeitos perpetuos e passageiros. Procurando detalhes infimos que faziam aquele ser humano em porco imundo. Foi nesse monte de olhares desgostosos que vi a atitude nos meus erros, as mais perpetuosas e passageiras atitudes.

Depois dos erros quis a filosofia pra explicar o inexplicável. Acontece que eu não preciso nada explicado, tudo, agora, parece-me auto-explicável. Daí a filosofia só serviu-me de prazer, de passatempo. E o tempo foi passando, daí notei que não tenho esse tempo pra passartempo.
Pois é, Deus, daí-me tempo.

Ah, minha Loucura, tão intensa, tão breve, tão infinitamente presente nas perspicazes atitudes! Ah, essa Loucura incrível que me move, dum jeito estupidamente gélido e cambaleante por sobre os caminhos tortuosos! Vale-me fazer reclamações, mas não o faço, já que a Loucura me traz a poética em pensamentos. Traz-me também a esperança de todos os dias. Que loucura essa Loucura! A Loucura da filosofia, do passatempo, dos erros de todo o mundo.

Eu sempre serei louco, sei disso.
E sei que sempre terei de explicar o porquê da minha loucura, mesmo não sendo louco.