domingo, 26 de outubro de 2008

E o destino?

Fugiu de casa aos dez, morava no meio do mato perto do zoológico. Se alimentava dos peixes do rio, das laranjas e dos passarinhos da laranjeira.
Um dia os peixes acabaram devido à poluição. A água, portanto, ficou imbebível, e ele passou fome e sede. Quatro anos vivendo uma confortável vida de homem das cavernas o fizeram experiente no quesito sobrevivência... mas sem água?
O garoto foi pedir ajuda, lhe deram uma pipoca doce e ele fugiu, grato, porém assustado. Ele, como um gato furtivo, passou a pedir comido ao pipoqueiro diariamente.
Um dia o pipoqueiro deu mais que uma pipoca. Deu ao garoto um banho, uma casa, uma mãe. Essa mãe deu ao pobre selvagem uma cama, um carinho, um futuro.
Aquele selvagem sonhava com revolução, com dominar os animais do zoológico, mas o futuro fez algo ruim com ele. Mas que tristeza ver o pobrezinho largar a anarquia por ser acariciado, ser alimentado, ser acostumado, ser domesticado. Tão triste ver o que aquele pipoqueiro causou na vida do nosso pequenino.
Chorei ao ver o meu selvagem tornar-se um pobre bilionário... Que tristeza...