sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Crônica ao falecido poeta das estrelas

"Olavo Bilac pegou Machado de Assis como refém. O mundo é cruel!"
Professor Valdir

Maldito, porco safado, filho duma puta, parnasianista de merda.

Desculpe-me o linguajar carregado, você leitor que desgosta das imunidices da língua. Explico o motivo do surto.
Estava eu na junta militar, aqui em São José, esperando para ser atentido. Com cara de nerd, estava Olavo Bilac pregado na parede. Assim que o vi pensei:
- Péssimo escritor, aliás, todo parnasiano é péssimo.
Ficou por isso, um comentário crítico, apenas.

Nessa quinta-feira o professor Valdir nos ensinava o frio parnasianismo. Daí contou do Bilac.
Olavo Bilac foi "o" autor da época, popular, amado por todos e... nacionalista ao extremo. Olavo foi o autor do Hino da Bandeira, que me parece uma cantiga infantil com palavras de gente grande.
O meu ódio pelo porco autor surgiu ao descobrir que, há 90 anos atrás, Bilac criou uma brilhante idéia chamada "Serviço Militar Obrigatório".

Os homens sabem bem o que é essa desgraça. Enquanto mulheres menstruam, homens vão à junta militar (ironia, sarcasmo, não quero ver ninguém me falando que aquela dor é muito pior que o incomodo desta).
Enfim, primeiro, existe o medo de ser chamado para servir, segundo, perde-se muito tempo indo nas juntas de alistamento.

Bom, existia, até o ano de 1988, o hábito maravilhoso de os adolescentes vingarem-se do imundo Bilac. No Rio de Janeiro era comum os que passavam pelo chato processo do de Alistamento Militar irem até o túmlo de Olavo Bilac e urinarem sobre o nome do sujeito.
Pensei eu: Também quero! É por causa de Bilac que tenho que freqüentar juntas militares há 2 anos.
Acontece que em 88 o querido Roberto Marinho reuniu todos os falecidos da Academia Brasileira de Letras numa espécie de cemitério especial. A idéia é interessante, preservar os grandes autores. O triste é me proibirem de urinar no Bilac.

Lá no cemitério da Academia, Bilac fica numa gaveta alta, dificultando a mijada. Não fosse por isso, colocaram Olavo sobre o Machadinho. Pegaram pesado! Agora mijar no Bilac tinha de ser um ato cirurgico, pois há o perigo de respingar no Machado.
Sim, é um perigo! Já que em gente legal nós não urinamos! Maldito Bilac, pegou Machado de Assis como refém!