segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Retomando um velho assunto

"A descrença é uma doença terrível: destrói com seu bafo corrosivo o aço mais puro."
Álvares de Azevedo.

Talvez tenha sido o meu jeito violento de abordar Deus, ou talvez só tenha sido um jeito de ela atacar a minha breve depressão. Enfim, mama criticou a minha crítica.
Li e reli o texto "Sobre Deuses", mas não consegui ver muita ofensa depressiva, apenas vi uma ofensa depressiassiva contra os religiosos fervorosos.

Explico o que quis dizer: Deus, aos meus olhos, existe, é onipotente e é mui grandioso. Fiz crítica ao modo de enxergar Deus, não a Ele, propriamente dito.
Entendo que Deus é Deus, humano é humano, ninguém é servo de ninguém. Conquanto, o Senhor não é meu empregado para fazer tudo o que eu ordeno, assim como eu não sou empregado Dele.
Deus é filho da mente humana e os humanos são filhos de Deus, portanto não há um Pai que ordene um Filho.

Deus é fé, objetivamente, como disse outrora. Talvez o seu Deus seja o convencional Deus dos milagres, ou seja o meu Deus da vida, ou você seja o seu próprio Deus. Enfim leitor, de pouco vale o Deus, o importante é crer.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Miau

Ah, são tão tolos os cães... Latem, e pulam, e correm, e latem, e correm, e mordem, e babam, e lambem, sempre num rebolado desengonçado para acentuar o balançar do rabo.
São tolos, bôbos, é por isso que são os melhores amigos do homem. Homem gosta de cão por gostar de estar sempre ao lado de um ser estúpido e infantil. É por isso que homem gosta de homem. Homem não é amigo de mulher, pois mulher é inteligente, homem é amigo de homem, portanto tosco.
Mulher também gosta de cachorro, já que gostam de sempre estar no poder, mandando num bicho burro e tirando proveito da carência dele.
Ninguém gosta de gatos. Gatos, por excelência, são inúteis. Gatos comem, dormem, engordam, dormem, pedem carinho, dormem e gastam.
Os humanos não gostam de gatos, já que se parecem com mulheres, não com homens. Mulher assusta, serve para ser vista, apenas. Ah, mulher também gasta! Os felinos são animais inteligentes, malandros vadios... Malandragem assusta, entretanto, mulheres também.

Gosto de gatos, não suporto homens.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Sobre as promessas

Há uns 6 meses, nem isso, fiz uma promessa. Não foi diretamente a Deus, mas eu creio que foi ele quem ouviu. Que lindo, dei um cheque sem fundo! Fiquei me perguntando se o Senhor, como um agiota, não vai querer vir armado atrás de mim:
- Ô muléque! E aquela promessa?
E eu, morrendo de medo:
- Desculpe, meu Deus, não tive tempo de pagá-la!
- É, e eu não tenho tempo de ficar ajudando todo Cristão que me faz promessas! Agora não vai me pagar, vagabundo?
- Vou sim Senhor, só me de alguns dias! Por favor!
- Sete dias, senão corto-lhe os dedos!
- (Puta, fodeu) - num pensamento ultra exasperado.
- Sou Deus, portanto ouço o que pensa. Falou merda, agora corto a mão. Sete dias e ficará sem mão!

E a promessa? Já fiz outra, pra ver se Ele esquece da minha mão. Ah, essa eu estou pagando, poxa.

sábado, 20 de setembro de 2008

Sobre a felicidade na escola

"Há pedidos para que a felicidade seja ensinada nas escolas. Mas as tentativas podem entrar em conflito com outras coisas que a escola deseja incultar."
Adam Phillips

Seria bastante engraçado:
- Que droga, hoje tem aula de felicidade, vamos matar?
Daí entra aquela professora rechonchuda de bocechas rosadas em sala de aula:
- Calem a boca, pirralhos! Sentem-se! - na pior das TPMs, cheia de ódio e rancor dos alunos tagarelantes - Hoje aprenderemops a sorrir! Sorriam! SORRIAM, EU DISSE! Mandei sorrir, Joãozinho! - E ela, como excepcional educadora, abre aquele belo sorriso amarelo para exemplificar a boa tarefa.

Você, aluno baderneiro, joga o papel nos colegas e manda uns chavecos para cima da garota ao lado. Depois de, violentamente, chamada a sua atenção, você diz alegremente:
- Estou aprendendo a ser feliz, "tia". Não há nada melhor que esse maravilhoso sentimento!

(Ah Deus, eu deveria estar escrevendo uma redação, não besteiras.)

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

O Ditador

O General relinchava furiosamente apontando ao público:
- Nós não queremos ouvir mais a voz "deles", queremos ouvir a nossa voz, a voz do povo!
E o povo gritava, no auge do seu fervor.
Senti que só eu via que algo estava errado. "Mas quem seriam 'Eles'?". Uma coisa estava clara, aos meus olhos: "Eles", quem quer que fossem, não eram inimigos, eram vítimas, assim como o povo era.
Os gritos ensurdecidos com o meu pensar rugiam ao longe. Um toque no ombro silenciou a minha mente e deu força àquela sociedade que gritava. Era um curandeiro, já bem velho, que me chamara batendo o cajado em meu braço. Com um olhar misterioso disse:
- Queres saber quem são "Eles", não queres?
E eu, numa adrenalina incontível, olhei cheio de esperanças no fundo dos olhos daquele senhor:
- Por favor!
- Então vai encontrá-los. Vire na encruzilhada à esquerda.
Dos bolsos tirou um arma e num movimento mais ágil que o meu pensamento apontou para os meu olhos. Num segundo tudo ficou rubro... e a vista enegreceu... pra sempre...

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Sobre Deuses

"Dostoiévski: 'O que os homens desejam não é Deus mas o milagre'. Os deuses são invocados, não por serem amados, mas por serem poderosos. Santo que demora para fazer milagre é abandonado... A afirmação de que 99% dos brasileiros acreditam em Deus pode assim ser traduzida: 99% dos brasileiros acreditam ser possível manipular Deus a fim de realizar os seus desejos. Cada religião é um livro de receitas sobre 'como manipular Deus'."
Rubem Alves

Minha mãe me diz assiduamente:
- Reza para o teu Deus, meu filho! Pede, sem vergonha! Pede, pois você precisa, e Ele te ajudará!
E eu não tenho coragem. Me falta coragem, isso. Me falta, pois meu Deus não é o Deus de todo mundo. Meu Deus não é Deus dos milagres, Deus das ajudas, não é o Deus Santo de todos os Santos.
Meu Deus é o Sol, que me esquenta; é a Natureza, que me inunda os olhos com belezas; é a Lua, que me seduz. Meu Deus também é o Diabo, meu Deus castiga!

Nunca quis discutir com a Dona Daisy sobre esse assunto divino, sempre disse:
- Não rezo, não peço.
Aqui é a verdade, não rezo e não peço, pois meu Deus não me ouve, meu Deus não me dá. Talvez eu não acredite em milagres, ou eu não acredite que alguém faça o meu dever, ou eu só gosto de ser contrário a todos. Enfim, meu Deus ajuda, apenas.
A ajuda que o meu Deus dá é baseada na fé. Ele me segura, me dá forças pra sobreviver, não mais do que força. Não me dá dinheiro, presentes, vitórias.

E o bom religioso, aos meus olhos, não me passa de um drogado. Deus é vício, droga é vício, Deus é droga. A religião, desde sempre, foi um método de pedir a um ser superior por graças superiores, pedir, sempre pedir. Creio que a única coisa que a religião tem de bom é a crença, a fé, não Deus. Deus é a fé em sua forma objetiva. Por esse motivo que eu não consigo dizer "Pai nosso que estais no céu...", não consigo rezar para a minha própria fé, assim como não rezo para a minha felicidade, ou para a minha tristeza.

Meu Deus, se me ouvires, saiba que amo a ti, preciso de ti, preciso da tua força.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Igreja dá dinheiro

Acabei por descobrir que sou um pouco mais estranho do que eu imaginava. Há uns... umas três semanas atrás, o Woss, que era o meu melhor amigo nesta terra, foi embora. Daí veio pro quarto o Tobias. Logo de início não gostei dele, mas passado o tempo vejo que já o vejo como um sujeito divertido.
Esses dias o Bruno saiu do quarto, também bastante amigo meu. Chegou um manauense, o Anderson, que adivinhe... É, eu não gostei dele... Passado uns dias, tudo bem, já é bem vindo.

Cheguei a uma conclusão: a princípio, não gosto de ninguém. Soa estranho, mas é verdade.
Sinto que nesse meu pensamento anti-humanos criei uma religião na qual consiste em "O melhor da Terra não é o Homem".
Veja se me entendes... Aquelas mesmas idéias Espiritas, nas quais há vida após a morte, nas com uma pitada dos meus pensamentos infantis. É a minha macumba, minha. Devo inventar um nome!

A religião tem como base o egoísmo, claro que não podia faltar, vindo de mim. A premissa é? todo ser humano é imprestável, até que esse prove o contrário. Esse prestar não é o prestar egoísta, é prestar no sentido de bondade mesmo.
Fiquei pensando no ato de desculpar, tão aclamado nas outras religiões. Na verdade desculpar é manter a paz, evitando conflitos e guerras. Desculpar não eleva espirito. Agora desculpar-se não importa! Simplesmente "deixe pra lá".
Não vale também a vingança, já que a paz no mundo ainda é necessário. (Eu sei, vingança é uma delícia! Mas se contentem com o esquecer!)

Ah, que besteira. Fico por aqui, já que não tenho tempo de limar a minha tola filosofia, pois o estudo me espera.
Desculpe-me se feri os seus princípios com a minha brincadeira.

domingo, 14 de setembro de 2008

Sobre a bandeira e os veados

"De louco e de patriota, todos temos um pouco."
Lima Barreto

Barreto quis afrouxar o pensamento de Freud, creio eu. "De louco, de médico e de homossexual todos temos um pouco."
Aposto que Lima pensou:
- Ah, brasileiro que é brasileiro é macho!

Acredito eu que Lima Barreto era um utópico que fugia da vergonha das bichas do mundo afora. Freud era mais realita. Vemos poucos patriotas hoje em dia; vemos médicos amadores e homossexuais em potencial, esses não são nem um pouco raros.
Talvez Barreto quis aliviar a filosofia freudiana, olhando para o seu interior másculo e amante da terra brasileira. Enfim, não é difícil ver os mais sãos decaírem em insanidade. Pela necessidade diária aprendemos a medicina caseira, ou seja, primeiros socorros e a fantástica prática do auto-medicamento.
E homossexual? Esse comportamento esconde-se ao fundo da mistériosa mente humana, pois a sociedade inibe o desejo pelo mesmo sexo.
Falando em homossexualidade, os homossexuais não sofrem de discrepância no comportamento sexual, como o povo imagina. David Morris, em "O Macaco Nú", dizia que os anômalos são os assexuados, que não se interessam pelo sexo.
Enfim, de patriota eu não tenho nada. De resto? Tanto faz, mas de patriota não!

sábado, 13 de setembro de 2008

Sobre a memória

"A memória excessiva não nos deixa respirar, a falta de memória pode conduzir-nos à insanidade da falta de ética."
Laura Ferreira dos Santos

Não me faltava a vontade de escrever, me faltava o tempo. Arranjei uns segundos para poder ler alguma coisa do Rubem Alves e ver se descobria alguma coisa sobre o Planeta Terra. Acabei por ler sobre a memória, acabei por descobri o que queria do show.
Além de ler e descobrir, acabei por desejar imensamente escrever. E isso tomaria mais do meu tempo, e daí?

Graças ao bom Deus, não me faltou ar jamais. Já que nunca me foi muito clara a memória na minha vida. Sempre tive uma inimizade pela mesma. Talvez fosse pela vergonha, pelo medo que o passado me traz. Essa briguinha que tenho com a memória me faz um sujeito sem histórias pra contar.
Naquela roda de amigos, todos rindo e contando as suas aventuras e desventuras, eu fico por ouvir, por dois motivos: sempre prefiri ouvir a falar e eu nunca tenho histórias. E quando as histórias vem em minha mente eu chamo-as de Estórias, tentando não me sufocar. Claustrofobia, quem sabe.
E a falta de ética? Insanamente ela é essencial na minha vida. Sou completamente anti-ético, dentro da minha cabeça. Sinto que às vezes gosto de não conhecer ninguém que possa ler mentes, pois minha mente funciona como um Bakunin, um anarquista, ou como um Chê, um revolucionário. Enfim, não presta de nada: anarquista revolucionária.
O que me faz esse tão semi-educado homem? O Silêncio. Poucos sabem que o silêncio que é a base de todos os meus relacionamentos. Já muito ouvi dizer que eu poderia falar mais, pois o silêncio incomoda. Não a mim, em nenhum momento o silêncio me incomoda, faz-me um bocado aliviado por não falar a verdade, ou não ter de mentir, ou não falar bobeiras.
Talvez a dissimulação seja a fuga para o silêncio, mas me basta de mentiras. Fico com o silêncio.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Sobre o brilho do diamante louco

É, não sou um diamante, longe disso. Se quero ser precioso podemos dizer que sou a abundante e simplória ametista. Pedra bela, porém quebradiça.
Lembro-me uma vez que dei à uma amiga - uma, antigamente, eterna paixão platônica - um pedaço de ametista no dia dos namorados; eu sei, ela nem percebeu a intenção do pobre apaixonado Silka.
Tá, admitamos, sou louco. Há quem diga que as minhas manias, as minhas roupas, as minhas músicas, o meu amigo imaginário são de louco, por isso acho que acabei por me acostumar e agora também me vejo como um louco.
Enfim, não tão louco, nem tão precioso, quanto Syd Barret - Barret foi o criador do Pink Floyd, sujeito brilhante, inteligentíssimo. Ele era o verdadeiro Diamante Louco, ficou louco devido ao uso excessivo de drogas - e nem tão brilhante quanto, mas às vezes essa singela ametista brilha. Ao brilhar os olhos correm para ela, a ametista, a pedra esquecida, torna-se preciosa novamente.
Brilho que faz os meus olhos brilharem ao ver os olhos alheios brilhando. Abrindo a minha boca num sorriso alegre, não exatamente brilhante. Orgulho, de vez em quando, me faz lembrar a pedra que sou.

Brilha brilha, estrelinha... Brilha, pois o escuro da noite não mais lhe pertence.

Aliás, meu cabelo tem sido ameaçado. As ameaças me fizeram ter pesadelos, sim, pesadelos. ... Se eu ficar careca a culpa não é minha!
Ajuda-me Deus!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Sobre o calor das amizades

"Pedir demasiado é a maneira mais segura de receber ainda menos do que é possível."
Bertrand Russel

Lembro-me claramente, há mais ou menos um ano, que um amigo me disse "Ah! De que me vale a família? O Silka é mais família!" E eu, em meio ao meu egoísmo meninista, sorri orgulhoso. Digo egoísmo por não pensar mais orgulhosamente daquele comentário pedulento, que outrora soava tão bem, hoje me soa rude demais, sujo demais, triste demais.
Digo-lhe o motivo: a família, sobretudo, é a amizade. No calor da amizade adquirimos família, irmãos, primos, cunhados, mas são familiares passageiros, aqueles que um dia não serão mais família. Já a família de verdade jamais deixa de ser família, deixa de ser amizade. No entanto, qual o motivo de não criar um vínculo de amizade daqueles que estarão próximos ao longo de toda a vida?
Talvez eu esteja expressando-me mal. O objetivo não é degenerar a amizade, é elevar a família a um patamar superior, mais sagrado, mais concreto do que a amizade em si.
Essa degeneração eu não quis criar por esperar vendar os olhos para tudo de negativo nas amizades. Acontece que Bertrand Russel já disse, espera-se muito, mas esse muito é excessivo, mais do que recebe-se. E a amizade tira essa liberdade de pedir sempre mais, de sobrefuljar alguma necessidade d'alma.
A família não; pede-se mais, obtém-se mais, e pede-se, e obtém-se, e a alma, antes sangrando de dores, cicatriza calmamente, com os cuidados dos pais, da motivação pela vida dos irmãos. A alma pede sempre mais, por esse motivo as amizades não são eternas. Daí te digo o seguinte, se for pedir, diz assim: "Mamãe, ajuda esta alma ferida? Cuida desse teu filho?" E a amizade? Aproveite! Sorria! Abrace e compartilhe!

domingo, 7 de setembro de 2008

Sobre os relacionamentos

"Contrariamente ao que pensam os amantes inexperientes, fazer carinho com as palavras não é ficar repetindo o tempo todo: ‘Eu te amo, eu te amo...’ Barthes advertia: ‘Passada a primeira confissão, ‘eu te amo', não quer dizer mais nada.’ É na conversa que o nosso verdadeiro corpo se mostra, não em sua nudez anatômica, mas em sua nudez poética."
Rubem Alves

É por isso que não sirvo para o amor. Acabei por descobrir que o meu problema jamais fora a paixão, nem mesmo o desejo, nem o libído extenso (que me trazia a faixa 'tarado'). O que me falta são as palavras, não aquelas que ela quer ouvir, mas as que todo mundo diz. Juro que sei falar um "Eu te amo" cheio de júbilo e romantismo. Sei fazer ela sentir que eu amo, até sei mais, amar demais quando não devo. O amor não seria problema jamais!
É, a solução estaria naquela conversa tola, sem nexo, apenas com o desejo da conversa. "Oi, tudo bem? Será que chove?"
Papear, prosear, jogar palavras para ouvir respostas, rebater, pra rebater, esse moto perpétuo que gera um "+" no The Sims. No jogo, pra mim, sempre foi fácil: "Conversar... Conversar... Conversar... Conversar... Conversar..." e deixava a coisa rolar, na velocidade 3, já que eu não tinha o empenho de ouvir os "Tuuu maaaa! Its a rooomday quickepallet!"
Essa conversa inútil que me dá nos nervos. Esse papo estúpido que toma meu tempo, meu beijo, meu sexo.
Definitivamente não me servem os relacionamentos. Não tenho interesse por fases básicas do namoro: primeiro o papo, daí o beijo, depois o orgasmo. Papo, pra quê papo? Eu amo ouvir, mas não me pede pra falar, não tenho saco pra falar. Beijo, eu gosto do beijo, mas não é aquele desejo por beijo, é só... beijo. Orgasmo, pra quê orgasmo? Me vale aquele sexo tântrico eterno, do prazer em não sentir o maior dos prazeres, só sentir o prazer pelo prazer, apenas.
E mais estranho que o meu refugio contra esses momentos do romance é esse fim de conflito que a solidão me provocou, finalmente. É aquele desejo que eu buscava entre o tirar de roupas e o orgasmo, minha mente tornou-se o prazer. Ah, o prazer!

sábado, 6 de setembro de 2008

Viva la evolución!

Ora via-me perpetuamente num inferno; ora, numa paz de espírito irregular e passageira. Esse é o resumo do que tudo foi.
Mas surgiu-me, numa intensa e monótona visão, a necessidade de evoluir, não revoluir. A revolução de todos os dias me reiniciavam nos mesmo caminhos errosos de sempre. Daí entra a evolução, que fez o macaco em homem, os meus textos românticos apaixonados em realismo modernista.
Até a carência passou pelas indecoráveis mudanças: outrora necessidade, hoje prazer, quando não em excesso, e acariciados pela mão correta. As amizades, que antes me faziam abatido pelas mudanças drásticas, agora me completam quando devem. As paixões de sempre são admirações, um desejo silencioso cuja expressão não é necessária.
O medo da solidão demorou-me meio ano e meia dúzia de dias para passar; que bobeira, solidão, quem diria. Até mesmo o "medo" sumiu, antes tatuado nos meus olhos, não mais existe.
A paz é minha mais nova preocupação, pois a paz pára o mundo. O planeta, o universo, as pessoas, esperam por conflitos, já que são os conflitos que movem todos os vícios, as atitudes, as escolhas. O interessante é assistir a minha paz me movendo, largando aquela sempre mesma revolução estática.

Sobre o título? Viva! Pois basta-me de revolución...

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Sobre os problemas

É o sufoco de todos os dias que opõe a ocasião. Torna tudo reprimível, irrfutável, estupido, mas ao mesmo tempo esplêndido. Um pouco de senso de aventura transforma essa necessidade de ar em emocionante desafio.
E de cabeça erguida apanho, apanho, apanho. Um surra interminável que me tira da boca o sangue, o "filha da puta" e o sorriso sarcástico, mostrando uma força que nem sempre eu tenho.
Acabei por blasfemar, reclamar, aclamar, mas a culpa é de todos e de ninguém, minha e de Deus; a culpa é daquele que jamais foi culpado. Já não tenho mais a quem culpar, portanto calo-me e sobrevivo.
Os problemas advém de vitórias e derrotas subseqüentes. Vitórias que me fazem contente, esquecido dos problemas. Derrotas que me chateiam, que antes me tiravam lágrimas do olho, hoje me fazem um bocado mais compreensivo.
Pois é, não são as vitórias que me fazem o que sou, são as derrotas, me ensinando a sobreviver o dia-a-dia, dentre erros e acertos.

... a culpa é das vitórias.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Sobre a intervenção divina

Eu perguntei ao Sol, com vergonha de pedir a Deus:
- Podes me ajudar?
- Posso te esquentar. Queres?
E Deus disse, rindo ao ouvir a resposta atrapalhada da Estrela:
- Eu posso te dar a minha mão. Queres?
E eu corei, e sorri acanhado, e levei as minhas mãos até aos céus.