segunda-feira, 29 de março de 2010

Vazio bem cheio

Curitiba. Curitiba. Curitiba. Curitiba. Curitiba. Conseguia repetir quantas vezes fosse necessário o nome da Cidade Ecológica, da Capital da Araucária, da Cidade Sorriso (me pergunto o motivo desse nome, pois os curitibanos são bastante secos), da Europa brasileira, da cidade do transporte público, da cidade dos mil nomes diferentes, mas só me importava um deles: a minha cidade.
Prestava atenção nas luzes, que se pareciam com luzes natalinas, ofuscadas pelas núvens finas que molhavam a cidade, e na loira deliciosa da poltrona da outra coluna do avião. E imaginava os deliciosos restaurantes caros que eu queria comer. Restaurantes que não podiamos ir, pois não podiamos pagar, mas que iremos de qualquer jeito para comemorar a minha estadia na casa da mamãe.
A casa da mamãe, que ela insistia dizer que era minha, nem sempre foi aconchegante, mas agora está um bom lugar para viver. Os animais não tem mais passe livre, não são permitidos gatos nos quartos, pois eles soltavam pêlos e a gata gosta de mijar nas camas, e em todos os restos das coisas. E eu gosto de ficar em casa, fazendo nada, sempre fazendo nada. Esperando para alguma coisa acontecer, não colocando as coisas para fazer numa ordem de prioridade e fazendo-a uma por uma. Um por um, tudo a seu tempo. Muito tempo. Sem fazer. Nada.