terça-feira, 2 de março de 2010

A cama chegou

Um mar de ódio envadia o ser. Suei tanto que achei que ia secar para sempre. Ódio, raiva, o sentimento de se sentir inválido, enganado. Meu coração pulsava zilhões de vezes por segundo. Daí a mão amiga me toca o peito, arranca minhas costelas e aperta meu coração. Aperta bem forte, achei que ia explodir, mas não, foi parando. Segundo após segundo os zilhões de batimentos iam tendendo ao batimento nulo. Até que parou. Fez-se o silêncio. Eu morri. A mão amiga me bota as costelas no lugar, apoia-se no meu ombro e diz "Calma, está tudo bem." E o coração voltou a bater, de pouco em pouco. Até que sorri, calmo.