sábado, 20 de março de 2010

Henry Chinaski e minha barriga

Me sinto Henry Chinaski, personagem auto-biográfico de Charles Bukowski. Quando criança, Henry tinha vergonha de ir ao banheiro na escola, quando chegava em casa, já passava a vontade de fazer as necessidades. E dia após dia, sua vontade de cagar era maior, e seu nojo e vergonha de ir ao banheiro ficava maior.
Não tenho vergonha. Mas me sinto um pequeno Henry. Cheio de bosta dentro de mim. Minha barriga está quilométrica, não sei o que fazer. Pensei em laxantes e chás, mas não me entra na cabeça a possibilidade de passar o dia inteiro cagando. No fundo no fundo, acabei me tornando uma grande merda ambulante. Não é que nem o pai dizia: Seu bostinha. É que nem a mãe falava: Seu merdão!
Um grande pedaço de merda que vai à faculdade, assiste às aulas, estuda nos intervalos, vai ao inglês, perde seu tempo na bosta do orkut, depois escreve algo bem ruim aqui nesse blog. Uma grande bosta com algumas manias bem corriqueiras. Um pedaço de merda que ama, sente saudades e dorme bastante. Ah, se eu soubesse que minhas fezes anteriores tinham sentimentos, como eu tenho, jamais daria descargas novamente.