segunda-feira, 15 de março de 2010

Choro

Acho que me apaixonei.

Todas as vezes que olho prá ela, vejo meu mundo vazio, esperando que ela consiga preencher cada pequeno espaço de inutilidade que vive em mim. Não paro de cheirar o cabelo dela, cabelos bem pretos, sedosos. E quando ela olha prá mim, eu não tiro os olhos dos olhos dela. O significado da vida está dentro daquelas bolinhas negras, que olham dum olho meu, para o outro, rapidamente. A bochecha gorda, que delicia de bochecha, boa de apertar, de morder. A boca de lábios finos, que me manda beijinhos no ar. Os beijos, agarro com a mão e levo até o peito.

Tão pequenina. Tão carismática. Tão adorável.
E o melhor de tudo: nunca chora.
Quem chora sou eu, de orgulho.
Meu maior receio era esse, ter um filho chorão.
Ela me vê e sorri, sem choros.
Acho que nasci prá ser pai.