domingo, 27 de julho de 2008

Sobre o frio

A pele desnuda pediu por calor. Frio que mata me fez bem. Congelou o corpo, o coração e a mente. Esse frio maravilhoso que me traz Curitiba em memórias tolas.
E o baruho da chuva calma toca os vidros assim como mãos suaves tocam tambores, dando uma trilha sonora às minhas lembranças.
Não digo que são lembranças claras, pois não são. Na realidade é apenas um sentimento que completa o incompleto eu.
Incompleto assim, pedindo um lugar pra viver, pois os lugares que chamo de casa eu não vivo, apenas sonho. E é por causa do frio que me torno completo, de sonhos congelados, de Hojes vividos. Sem aquela obrigação de obrigar-se a algo indefinido, apenas na espera liberta da obrigação definida. Obrigação essa que deve levar-me para uma vida, como sempre quis.
Esse fervor dos sonhos me iludiu, quente é o inferno. Quero a fria vida, gélida vida... Vida.