quarta-feira, 29 de abril de 2009

Sentimentalismo solitário

Não é uma foda. Sei, foi o que eu disse: é uma foda. E pensando bem, seria exorbitante perder tanto tempo. É que eu não tenho mais coragem de admitir sentimentos, não tenho mais coragem de ser doce, quero ser sempre amargo. Eu sei, não a vejo faz tanto tempo que não lembro a voz. Mas o importante era o jeito que nos olhavamos e o calor que tinha o abraço dela. Só lembro do sorriso, e eu adoro quando alguém sorri das minhas besteiras.
Eu já não sei como contar, mas é um segredo que tenho aqui dentro. Uma vontade imensa de não desistir, outra de resistir. Eu lembro bem quando eu tinha essa mesma dúvida a tempos atrás. Foi só eu falar dos sentimentos que eu me senti completo novamente. É só o que falta, sentimento. E é por isso que eu queria ir. Não é uma foda, é sentimento.
Se for para viver assim, aos trancos e barrancos, não quero viver. Eu preciso de mais alguém além da minha mãe para me apoiar, para me acariciar, para me amar. Eu preciso de uma motivação para que eu acorde amanhã e diga que é lindo o dia. Mas não, eu larguei mão de tudo, de todos. Sou eu e só. Também não me importo. A única coisa que importa é a mãe tentando me mostrar que sou eu e ela.