sábado, 11 de abril de 2009

Eu te amo, porra

"É incrível quanto as pessoas gostam de julgar. Julga-se em todo lugar, continuamente. Provavelmente, para a humanidade, é uma das coisas mais simples a fazer."
Michel Foucault

Eu pensei que pararia de escrever, pois não gosto de escrever para o público. O público é humano, o público julga, o público difama, contorce, distorce. Eu gosto é de escrever para mim, para os meus olhos, para os meus ouvidos, gosto de jogar umas palavras tolas nesse blog tolo com o simples fim de dar fim a um vício.
Doa a quem doer, eu vou continuar a escrever. E se doer, saiba que não era para doer, pois eu não escrevo para machucar, escrevo para mim, como disse ali em cima. Eis a obscuridade que é ter um público, cada um lê o que lê, e a palavra escrita é muito mais forte que a palavra falada, então não consegue-se explicar o que quis ser escrito. E o leitor lê e tira das palavras jogadas aqui outras palavras diferentes, que elas, por si só, obtém contexto no meio, mas que não eram as palavras que eu tinha escolhido para expressar os meus meios.
É assim, cada um com o seu jeito viver, com suas dores escritas nos meus textos. É por isso que ando escrevendo em terceira pessoa, sobre uma outra terceira pessoa. As dores que eu escrevo são gerais, podendo ser minhas dores, as dores dele, as dores dela, ninguém pode dizer ao certo sobre quem eu escrevo. A única pessoa que diz sobre quem escrevo é o leitor que sente as dores, Escreveu sobre mim, filho da puta! Não é assim, sente as tuas dores, mas pode ser as dores de outros, as dores minhas, podem nem ser dores, sim amores ou felicidades, sentimentos meus que não estão expressos claramente.
Pode ser que você sinta o meu amor, mas ele não seja verdadeiro. Ou que sinta o inverso. Afinal, o leitor sente o que quer sentir. Pois calo-me.

Aliás, o silêncio que eu faço é uma tentativa de dizer que está tudo bem. O silêncio que fazemos é uma tentativa de fazer tudo estar bem. Eu preciso... Eu não preciso de você. Tudo bem.