quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Herança materna

"E bom é todo aquele que não ultraja, que ninguém fere, que não ataca, que não acerta contas [...], que foge de toda maldade e exige pouco da vida, como nós, os pacientes, humildes, justos."
Friederich W. Nietzsche

Que bom que ela me ensinou a ser bom. E me ensinou bem. É tanta bondade a dela! Que desgraça a bondade!
Ela só esqueceu de me ensinar a ser ruim também, pois um homem, para ser completo, tem de ser tão bom quanto ruim, afinal o mundo é mundo por ser completo, tanto bom quanto ruim. Então eu tive de aprender com os meus próprios meios, minhas próprias dores.
Ela devia mesmo é ensinar-me a gritar, a bater, a escarrar no próximo. Já que o amor ao próximo já está tão fora de moda, tão antiquado. Ela devia mesmo é ensinar-se a ser ruim, ruim sem pudores, ruim sem arrependimentos.