sábado, 31 de maio de 2008

Sobre gatos

Começou a chover. Tantos dias sem chuva nessa terra de clima estranho. De dia um calor quase chato num sol escaldante, de noite um frio com cara de casa. Enfim, choveu.

Junto com as gotas batendo no telhado da casa ao lado ouvi os gatos reclamando, com aquele típico linguajar "gatuno bandido" estilo Tom & Jerry:
- Puta que frio! Corre ali pra dentro! - Miou o mais velho.
- Mãããããããe! - Choramingou o mais novo.
A gataiada toda miando por abrigo.

Uma vez (minto, umas quatrocentas e dezessete vezes, se não mais) lembro do meu nobre pai em meio às suas usuais fúrias:
- Sinto pena desses gatos malditos passando fome, vivendo nessa imundisse!
Há! Se os gatos daqui visitassem o meu quarto veriam o Willian atrelado a gata. Furnicando e quentinho, gordo e feliz.

Se meu pai fosse um gato ia querer ser o Willy, com certeza.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Sobre assinaturas

Meio cruel, até mesmo machista, mas é verdade...

... assinei embaixo.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sobre o amor pelo amor

Uma vez ele vivia pelo amor, vivia de amor. Até um dia em que brigaram. O amor pelo amor virou ódio e ele resolveu que o amor não existia, ou nunca havia existido na vida dele.
Três anos atrás de sexo, sem amor, jamais amor, odiando a idéia boba e utópica que o amor era. Três fartos anos de uma vida não muito significante, nem inteligente, nem saudável, nem muito relevante.
Transformou-se num demônio, ele que era um anjo. Anjo tosco, infantil, mais ainda sim um anjo. O ódio fez um diabo, tosco e infantil, mas ainda sim um diabo.
Um dia ele se depara com o ódio e o amor em pessoa. O ódio foi morrendo, pois ele viu o amor, que não via fazia eras. O amor dizia "Sei que me odeia, mas saiba que nunca te deixei." E o ódio não tinha muitos argumentos, só queria mostrar a ele que viver uma vida solitária era bom, mas ele teve aquele dia perfeito em que o coração pulsava uma paixão pela companhia.
Ele, em poucas horas antes via-se rodeado de pessoas, mas tão sozinho, agora via-se rodeado por mais pessoas, mas conectados a todas elas.
Beijou o amor, acabando com o ódio e abrindo os olhos. Viu o que não queria ver, ou o que evitava ver: tudo o que ele sonhava naqueles dias de solidão, naqueles dias em que chamava o amor de utopia inútil, viu que as coisas não eram tão cruéis como ele gostaria que fossem.

Tão bom viver o que um dia já foi casa.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Sobre o fracasso

Ele resolveu sair do meio da multidão, subir na vida. Ao subir viu estar no lugar errado. Quando pensou em pular alguem o empurrou, fazendo-o cair e machucar-se.
Eu quis o mesmo, subi e deparei-me com um lugar que não era meu. Atrapalhei o dono do tal lugar, assustei-me e fugi; tropecei e cai.
Ambos fracassados, prontos pra nos encontrar e... rir. Contar pra todo mundo sobre o nosso fracasso em conjunto. Os anos foram passando e de fracasso em fracasso nos levantavamos, orgulhosos e sorridentes, prontos pra contar pra todo mundo novamente.
Algumas vezes pensei "Acabou, não vou mais nem conseguir olhar." E de merda em merda vamos, aparentemente, estragando o que somos.
Aparências enganam, pois cada novo dia vejo que as cagadas e a distância não influem. Talvez nos faça mais irmãos, cada vez mais próximos.

Que seja assim, Hoje e sempre.

domingo, 25 de maio de 2008

Sobre um achismo

Ele achou que estava sozinho. Olhou pros lados e não viu ninguém. Procurou um ombro pra chorar, um carinho pra sentir, um amor pra enxer o peito dolorido. Ele achou que estava sozinho, mas a sua volta todos estavam ali, torcendo por ele.
Ele achou que estava bem acompanhado. Até abrir os olhos e ver que mesmo rodeado de gente estava sozinho. Procurando de novo aquele ombro, aquele carinho e aquele amor.
Ombro pra chorar, chorar por medo, medo da vida. Ele é fraco e não tem coragem de lutar.
Carinho pra acalmar, aliviar o peso constante que curva a espinha e faz doer a alma.
Amor pra largar o ódio, pois ele não aguenta mais odiar. Quer dizer que a ama, mas não consegue. Quer dizer que a odeia, mas o amor é bem maior, um amor que não devia existir.

Ele queria estar rodeado de gente, todos ali, torcendo por ele. Queria um abraço pra acalmar a dor da partida. Queria te dizer um pouco de tudo, pra te ferir, pra me ferir.

O problema é esse: eu te amo, pra sempre.

sábado, 24 de maio de 2008

Sobre uma tentativa falha

Queria escrever, mas não saiu nada.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sobre um egocentrismo incomum

... E se eles não gostarem do meu jeito estúpido, infantil e sexuado de pensar...





Fodam-se.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Sobre o subjetivismo

Subjetivismo
Sub-jeti-vismo
Sub jeti vismo
Sb jet vimo
Sob jeito vimos

Nós vimos, sob um jeito, ou outro, um pouco de enigma e ostentação por dentre essas linhas cheias de letras mal jogadas.
Nós vimos, sob um jeito, ou outro, o objetivo do objeto subjetivado.

Leitor, entre para o grupo, nós veremos, sob um jeito, ou outro, o subjetivo perdido dos nossos aflitos olhos.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Sobre um olhar cansado

Cansado. Cansado por preguiça, por amor a simplicidade, por ansiedade. Cansado por pensar, pensar muito.
Se dormir, fujo. Se fugir, caio. Se cair, morro... morro de vez! Se lutar, apanho. Se escrever, engano o relógio, que finge não me levar pra casa, me enrola em vez de me levar ao amanhã o mais rápido possível.

A obrigação batendo na porta e o ignorante ignorando.
Toc toc...
- Cala a boca, caralho!
E ela treme. Medo de mim? Impossível! Por que diabos calou-se?
Toc toc...
- Puta que o pariu!
É, deixa pra lá.

É tanta coisa, pra tantas horas, mas tão pouco tempo. Umas três duzias de horas pedindo pelo pensamento distraído. Nem estudar, nem entender. Elas só querem minha mente para planejar. Pensar sobre aqui e sobre lá, principalmente pensar sobre Lá. Querendo espremer as horas: as horas de agora, pra que passem logo, e as horas de lá, pra que não passem nunca.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Sobre o meu jeito apaixonável

Disso não mudo, vou sempre me apaixonar.

Mexa no meu cabelo e olhe fundo nos meus olhos.
Sorria pra eu responder com um sorriso.
Não tire os olhos dos meus, não tire a mão do meu cabelo, o braço dos meus ombros.
E não deixe de sorrir.

Não precisa dizer nada, são passos ridicularmente fáceis, mas essenciais pra uma paixão repentina da qual eu tanto luto.
Luto por achar que isso me fode a vida, mas não importe o quanto eu lute, eu vou apaixonar-me.

domingo, 18 de maio de 2008

Sobre o futuro

Tão almejado, cegamente almejado. Todos esperam pelo futuro, mas poucos sabem da verdadeira face, ou das diferentes falsas faces dele.
Atrás de uma cortina de fumaça densa reside o futuro, disfarçado de uma simples pergunta. A fumaça é uma escolha que parece ser simples de ser resolvida. Daí os enganados escolhem sem um propósito claro e rígido, sem saber do peso que essa opção terá.
Uma escolha é o futuro. Escolhas certas ou erradas formam o futuro.
Se eu tivesse visto o valor das escolhas anteriormente a vida teria sido mais simples, mais fácil, mas muito mais monótona. Os erros acabam com a possibilidade de um futuro agradável pra tal situação, mas fazem do presente um momento bom de ser vivido, cheio de medo, adrenalina e um gosto doce, levemente azedo, na boca, uma pitada de céu e inferno.
Entre o arrependimento e o amargo gosto do futuro decadente prefiro o último, que me confere o dom de viver, de errar, de parecer humano, fazendo-me sentir melhor. Parecer humano me parece correto, pois canso de ser esse anjo endiabrado, ou esse demônio angelical, fazendo o mal quando espera-se o bem e vice-versa. Faço as piores escolhas para um pior futuro, pois a necessidade de parecer mais humano me obriga a errar.
Leitor, dê-me um mapa da vida, para eu viver um presente intenso, humano, mas um futuro decente, um futuro bom, um futuro certo.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Sobre a necessidade de um monólogo

Deveras feliz de quando em quando. Vivendo num oscilar desgraçado de alegria e tristeza, dum jeito que não lhe permite a paz de espirito.
De que quero a paz de espirito? Sem paz tenho os improdutivos, porém fantásticos, monólogos, daqueles que todo homem têm. Do monólogo saem idéias, fujo de medos, abro debates, às vezes largamente proveitosos.
Um sujeito de amigo imaginário não merece paz de espirito, pois o amigo imaginário é um monólogo não-solitário, ou um monólogo mais solitário que monólogos convencionais. Enfim: pra que a paz se tenho Lavoisier?
Ah, sou deveras feliz, dentro dos limites do lúcido e do translúcido, do são e do insano. Me deixe falar sozinho pra que eu possa sorrir pra você... com você... por você...

sábado, 10 de maio de 2008

Sobre a química

Dia 29 de abril morreu Alfred Hofmann, descobridor do ácido lisérgico em 1938. O químico experimentou o ácido acidentalmente e teve alucinações, dali em diante passou a consumir o LSD.
O LSD foi a droga dos anos 60, bastante popular entre os hippies e rockeiros. Os Beatles homenagearam a tal droga numa música que descreve a "pira" do ácido: Lucy in the Sky with Diamonds (L. it S. w D.)
Um usuário do ácido foi Syd Baret, criador do grupo Pink Floyd. Diferente do que muitos pensam os Floyds eram bastante comportados. Na gravação do cd The Dark Side of The Moon vemos os progressistas psicodélicos comendo tortas quentinhas e bebendo um leitinho gostoso, diferente do comum whisky acompanhado com maconha dos hard rockers da época.
O único drogado do grupo foi Syd, que logo que iniciou o grupo de rock psicodélico (fruto de suas viagens com o ácido) começou a usar o LSD. Não demorou muito para os outros Floyds afastarem Barret do grupo. O afastamento veio em meio a demência que o ácido lisérgico causou no cérebro do grande criador do grupo.
Não só Syd morreu, em 2006, louco, como outros usuários perderam suas capacidades lúcidas de pensar sobre a vida.
Incrivel é: o filho da puta do Hofmann, destruidor de mentes brilhantes e de famílias saudáveis, morreu velho. Velho significa 102 anos. Se uma pessoa normal é drogada morre aos 40, caidásso. Se um cientista maluco é drogado vive mais que um saudável transeunte que fuma meia carteira de cigarro por dia.
Cruel vida, cruel vida.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Sobre a metalinguagem

Acabei notando que grande parte dos meus textos falam do meu jeito de escrever. Na realidade esse tipo de expressão é feito por pessoas que não sabem se expressar. Escrever sobre um assunto aleatório é bastante árduo, escrever sobre escrever chega a ser banal, basta escrever.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Sobre essa tendência humana

Por que crescer? O ser humano tem fascínio pelo crescimento. Crescer, evoluir, desenvolver, tornar-se maduro, rico, sempre melhor. Será que eu sou o único que acho que deveria ser ao contrario?
Por que não voltar a ser criança? Por que não proteger o irmão pequeno, pequeno demais, vulnerável demais? Por que não andar de bicicleta com o pai, pelos parques e pelo o que é hoje o museu do olho? Por que não ir ao zoológico todo final de semana, ver os mesmos monótonos bichos? Por que não dormir com a mãe ouvindo músicas calmas de meditação só pra ganhar carinho? Por que não posso ter ninguém pra poder acariciar o meu cabelo enquanto eu tento dormir, com medo do escuro, do homem do saco e do mundo? Por que não posso passar a tarde jogando video-game com todos os primos e amiguinhos, só esperando o pai e a mãe chegarem, pra assinarem a lição feita (mal e porcamente) e depois assistir o Jornal Nacional entre os dois?
Será que eu sou o único que penso que deveria ser ao contrário? Ou eu estou só com medo de crescer? Ou é a famosa crise dos 18 anos?

Quero minha cama, meus desenhos, meus carinhos e meu cachorro de pano branco e orelhas azuis claras.

domingo, 4 de maio de 2008

Sobre os Oks

Ok. Leitor, cansei dos Oks. Tão inúteis e irreflexíveis. Não servem para nada! Talvez sirva como um chamativo em alguns textos, mas na maioria das vezes está ali por simples formalização com o intuito de dar continuidade ao blog, assim como os títulos dão. Acontece que títulos são de grande importância, diferente do Ok.
Ok, a partir desse texto largo o Ok.

Nota: é possível que eu poste textos que eu escrevi antes de ter escrito este, portanto é possível você ver o maldito Ok novamente.