domingo, 15 de junho de 2008

Sobre a minha infantilidade

Uma vez conheci uma paixão. Sarah era uma cigana, menina espanhola de 10 anos de idade, foi morta cruelmente. Enfim, um dia eu a conheci e ela me perguntou o que eu queria saber, até podia fazer um pedido. Eu disse:
- E o gato?
- Como assim 'o gato'? - sem entender a pergunta sem sentido.
- O gato, Willy, fica comigo?
É, não perguntei sobre o meu futuro, nem sobre a família, não pedi nada. Só queria saber do Willian.

Uma vez era mago. Durante minha experiente fase de magia choveu. Choveu muito, muito mesmo. Todos ficamos preocupados com o piso que fora colocado no dia anterior no salão. Choveu e eu disse: "Deusa, faça essa chuva parar!" com um pouco de rodeios, palavras cultas, insensos e velas.
É, parou, depois de sete rezas brabas eu fiz parar.
Uma vez eu era criança e acreditava que podia controlar a Natureza.

Uma vez pensava em alguém, que não deveria estar pensando em mim. Fiz os maiores planos, esculpi o meu amor num futuro ilógicamente idealizado.
A minha infantilidade que me faz acreditar nos sempre bobos e falíveis planos.

Uma vez fui criança e ser infantil era normal. Mentir que fui ao Tibéte ver leopardos-das-neves nem era tão preocupante.

Uma vez quis ser criança de novo, pra deixar de ser infantil, ou anormal.
Uma vez fui maduro... é, faz tempo.