sexta-feira, 20 de maio de 2011

Lua

Olhei a Lua alaranjada e pequenina lá no céu. Infinitamente longe. Infinitamente só. Senti um frio correr a espinha, descendo à parte detrás das coxas. Era um medo que se movia do meu peito para as costas e para as pernas e para os pés e para onde quer que esse medo quisesse ir. Era uma solidão infinita, que nem a da Lua. Meus olhos se encheram de lágrimas, senti uma pontada na garganta e me deparei com a realidade: Eu jamais veria a Lua de perto. Jamais sentiria a sua areia fina e gelada por entre os dedos dos meus pés. Jamais deitaria atrás de uma montanha, escondido do Sol, para olhar as estrelas, os outros Sóis, o universo inteiro. E eu e a Lua vamos continuar solitários. Ela lá, eu aqui. Cada um sentindo a falta que o outro faz.