ando pra lá
e pra cá
não me aguento
em agonia
pra lá
e pra cá
imaginando uma trincheira se abrindo
sob meus pés inquietos
à la Pato Donald.
pra lá
e pra cá
inquieto
esperando
o Sol nascer
e morrer
e nascer
e morrer.
pra lá
e pra cá
tocando com os dedos dos pés
a ponta do precipício
sentindo a brisa que sobe lá debaixo.
abro as asas
quero pular
fecho as asas.
ando pra lá
e pra cá.
alongo os braços
e as pernas
e as asas.
quero pular.
Paciência, meu anjo.
Paciência.
meu Deus me diz
que agonia.
quero voar.
e a Felicidade,
lá longe,
esperando por mim
há mais tempo que eu
espero por ela.