sábado, 11 de dezembro de 2010

Prazer da guerra

Se me pus como poeta
Hei de brigar comigo
Para que saiam os versos.

Dizem que ser poeta é inspirar.
Pouco sabem que de inspiração
Não há nada na poesia.

Há uma batalha ideológica.
A épica guerra entre
A mente que gera o texto
E a mão que traduz o pensar.

A guerra advém da mão
Que não aceita a escravidão.
Não a mente, diz a mão.

A mão gosta de escrever,
Ela não aceita ditados.
Que ódio tem dos ditados.

A mente é ditadora,
Diz pra mão que é o poeta.
A cabeça é a poesia.

Mas não fosse a ditadura,
Que seria da poesia
Senão anarquia da mão?