domingo, 23 de agosto de 2009

Início sem fim

Era madrugada, quando decidiu ousar, dar início a um projeto. Ele jogava as tintas no lençol branco, afirmava que um dia aquele lençol seria um quadro valioso. Os anos foram passado e o lençol esquecido foi reencontrado ao lado da máquina de lavar roupa.
- Meu Deus, que porra é essa? São rabiscos, é tinta escorrendo, é sujeira!

Atrás do velho lençol, ele começou a desenhar um rosto, o seu rosto, afirmava que um dia aquele lençol seria um quadro valioso. Mas, como era de se esperar, ele nunca acabou o que começou. Passaram-se mais alguns meses e ele olhou pro lençol.
- Meu Deus, que zona... Dum lado, a sujeira, do outro, um desenho de um moleque narigudo... O que isso faz aqui?

Jogou o lençol do lado da máquina de lavar, onde jogava tudo que ia começando e parando: o futebol, o jóquei, o francês, o italiano, o romance que escreveu, a pós graduação, a sua mulher, os seus filhos e suas paixões.