sexta-feira, 31 de julho de 2009

Esperando o céu ruir

"Ao me ver evaporando de seu corpo
Naquela noite muito fria
Desejei estar na pele de um homem mais feliz
Suspirei nos intervalos do seu caso
E assumi meu lado fraco
Dirigindo embriagado
Esperando o céu ruir."
Poléxia - Esperando o céu ruir

Conteúdo vulgar

Esta situação me lembrou dum episódio do livro de Gabriel Garcia Marquéz...
(e vira-se para procurar a citação)

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Banho

Garoto adorável, que se dispôs a sofrer como sofrem as viúvas. Acordou numa segunda feira chuvosa com o pé direito. O banho de água quente lhe lavou a alma, levou as lamúrias pelo ralo. Depois disso eram só sorrisos e bons planos, queria redescobrir o mundo que havia descoberto quando era corajoso. Não sei se foi a água, ou o calor, sei que a felicidade foi mais forte.

Incompleto

Minhas palavras não pediam beijos. Até me estranho, pois não ligo pros beijos, enquanto todo o mundo liga. É verdade que tenho um apetite sexual animalesco, como quem precisa sanar as necessidades do cio, mas também não era disso que diziam as minhas palavras. Também não falavam de segurança, pois seguro é um homem solitário, que abre mão do perigo da traição. Falava do sentimento puro e completo, sem vazios para as atitudes completarem. Não falava de abraços, carinhos e presenças. Falava do amor, somente do amor. Acontece que de vez em quando um homem precisa prometer a vida, não as basta o amor.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Vingança

O jeito mais efetivo de se curar um orgulho ferido.

domingo, 26 de julho de 2009

O beijo, e o companheirismo

Que nem ele espera. Os pastos, as margaridas, tudo belo e mágico.
Fala com jeito de nostalgia, buscando entreter com respeito.
Que respeito? Falavam de sinceridades!
E desde quando ser sincero serve de alguma coisa?

sábado, 25 de julho de 2009

As I say

Burn, burn, burn the fuckers down, down.
Burn the fuckers down.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Loose lips lose lips

Não gostava de ser ruim, tinha saudade dos seus tempos de grande homem, mas foi descobrindo que cada esforço que fazia surtia o mesmo efeito que cada sonho que sonhava. Assim preferiu dormir, já que nos sonhos ela não parecia tão incorreta para as necessidades dele.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Back to the wall

All those sheeps sharing informations,
Noisy and creepy needles, needing skins,
Sharing things like fear and fondness,
Well well, are you starting to fell nervous?

My lips can handle while you stare me this way,
But will my white teeth be white for all this time?
Move your heart for those trumpets screaming outloud,
Maybe music can save you from yourself.

sábado, 18 de julho de 2009

Holding for you

Era um homem bastante sensato, certo das palavras que dizia. Passou o tempo e a sensatez se despedaçou como se despedaçam castelos de areia, mas ainda sim estava certo das palavras que dizia, por mais que as envolvesse com um certo charme e uma certa ironia, mais esta do que aquele. Ainda que agora fosse insensato, mostrava que sabia que entendia que existem limites entre certos e errados, pois antes da sensatez há a sanidade. Portanto fugiu, como fogem os covardes, como fogem os sensatos da paz e da paciência.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Tanta gente feliz

Se puder, passe aqui para ouvir a minha poesia.

"Sei que espera mais de mim
E tento compensar, fingindo no olhar
O amor se foi daqui."

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Antes pecar por excessivo que por diminuto

De quando em quando o coração dá um sinal de vida,
Na maioria das vezes é dizendo que dói e sente saudades.
Eu reclamo desse meu oco, mas é, sobretudo, um bom oco,
Pois ora o coração que diz coisas tolas sobre a solidão,
Ora a paz se instala nesse meu imenso vazio.

Vazio é paz,
Longe de todo bem
Ou todo o mal
Ou de qualquer outra coisa.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Amizade da mais pura

E eu fui embora, que fim deu essa história? A principio não passava de eu tracejando um futuro novo, mas de pouco a pouco foi mostrando-se um eu sem você. É que nos elogiavamos, independente se o elogio fosse necessário. Sei lá, eu costumava gostar das tuas coisas, não sei se gostavas das minhas. Na verdade não me importo, só lembro.
Você preferia largar na memória, mas eu tendia a escrever tudo, as vezes que senti saudades, as vezes que senti vontades, as vezes que senti que precisava de você aqui. Foi um sentimento bonito, pelo menos eu achava, nunca tive isso por alguém.
Hoje eu acordei e não tinha mais vontade de você. É que esqueci as vezes que passávamos horas sentados, falando besteiras, fofocando como sempre. Não digo que não te quero mais, muito pelo contrário, é que cada um tomou um rumo, eu só sinto saudade.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Esforço em vão

Quando eu era moleque, chamava os ciclos viciosos de círculos viciosos. Minha mente matemática dizia que era completamente plausível que os ciclos tornassem-se círculos, mas fui crescendo e descobrindo que os ciclos só se formam círculos se forem infinitos. É, a expressão remete à forma do círculo, que não tem começo nem fim, vai ver ficamos velhos e caducos, contrariando o certo justamente para criarmos um certo. Pois já velho fui notando que os ciclos são tão viciosos que todos os ciclos já são viciosos, ou seja, tudo é sempre igual e tende a mudar, mas voltar a ser igual, até mesmo os diferentes círculos.

Depois que me dei por cópia quis cortar o círculo, diferenciar os fins dos começos. Mas as tentativas de trazer um sorriso às bocas mal-humoradas são desgastantes, é que para sorrir, o orgulho deve ser ferido. Falo aqui do orgulho como se esse fosse invulnerável, no entanto a razão pelo meu desejo de cortar o círculo veio do meu orgulho ferido. É como se eu quisesse fazer desvanecer aquela máxima de os filhos virarem os pais, os filhos dos filhos virarem os filhos, eu queria ser algo novo. Que tolice, é bonito um filho com orgulho dos pais! E é esse orgulho que incita a existência do círculo. Tão bom ter heróis como os meus heróis.

Hoje eu sinto que estou mais velho. Como se essa semana de sossego tivesse me posto na cabeça que poucas coisas são importantes e essas devem ser valorizadas. Talvez amanhã me sinta moleque de novo, me importe com as bebedeiras e as bucetas que venham ao meu caminho. Daí depois de amanhã eu sou velho de novo. E novo. E velho. E novo. E velho. Com pequenas interrupções em seu trajeto vicioso e pleonástico: ora a adolescência espreitando às mudanças entre o novo e o velho, ora a morte declarando o fim do velho e dando início ao novo.

Hoje, que sou mais velho, percebo que ontem eu também me sentia velho. Se me senti mais velho ontem, qual o motivo de comemorar a velhice hoje? Por que não comemorar o dia 2 de julho? Parabéns Eduardo, o senhor viveu o dia 2 de junho 20 vezes! É circular, estático, monótono. É dia após dia, sendo todos os dias dias que jamais vivemos, mas que, de forma ou outra, não nos serão completamente novos. Eu não comemoro aniversários, comemoro tempo. Parabéns Eduardo, o senhor viveu 15 anos 9 meses e 10 dias com o seu irmão!

Só não consigo mudar sozinho. E nem vejo mais motivos para que me ajudem a mudar, que fique assim, bom aos olhos.