alguém inquieta esses meus dedos
que clamam por digitar
toda poesia
e pensamento
que me passa
na cabeça
que se movem rápido
enquanto eu escondo
as minhas mais profundas
ideias
que não suportam
o silêncio
por eles,
digitávamos
por uma longa eternidade
escreveríamos Bíblias
sem ver o Sol
nascer ou
se pôr
esvaziaríamos um
coração e um
cérebro
e logo iam querer esvaziar todo o resto
os pulmões e o estômago
os rins e o figado
até que me sobrava nada
senão eles mesmos
que se consumiriam em literatura
espontânea e acéfala
como toda poesia é