nesses últimos dias tenho topado com a felicidade inesperadamente. àlgum tempo atrás, a felicidade me surgia como fantasia e misticismo. eu acreditava piamente que a felicidade era um conceito utópico, que se passava num cenário fictício, com personagens fictícios.
a felicidade plena é inviável devido às pequenezas que destroem a harmonia do dia a dia: esquecer a chave em casa, pisar numa poça de água, chutar o pé da cama, morder a boca, perder o voo, ser assaltado, ser humilhado, sentir frio, sentir fome, sentir medo.
de repente, depois de uma mudança drástica na sucessão usual de fatos na linha do tempo, a felicidade se mostra como um novo substantivo. a palavra vira conceito baseado em bem estar e funcionabilidade e produtividade e de uma série de outras palavras que se referem a alegria ou paixão.
particularmente, nunca quis ser feliz. mas logo que me adequo a um estilo de vida baseado em conceitos teóricos de refinado embasamento, me sinto obrigado a rir comigo mesmo.